O bebé de uma israelita grávida morta há duas semanas por um atirador palestiniano na Cisjordânia ocupada acabou por morrer, anunciou esta quinta-feira o hospital onde estava internado em estado grave.
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A 14 de maio, Tzeela Guez dirigia-se da sua casa no colonato de Bruchin, na Cisjordânia ocupada, para um hospital em Telavive para dar à luz, quando o atirador abriu fogo contra o veículo em que ela se encontrava com o marido.
Aos 37 anos, Tzeela sucumbiu aos ferimentos e o seu bebé nasceu através de uma cesariana de emergência, anunciou o hospital Beilinson, perto de Telavive, onde foram inicialmente atendidos.
O bebé, chamado Ravid Chaïm, foi então hospitalizado no centro médico infantil Schneider, que anunciou hoje a morte.
O recém-nascido estava em «estado grave» e «apesar dos muitos esforços envidados, o hospital foi obrigado, nas últimas horas, a declarar o seu falecimento», indica um comunicado da instituição, também localizada perto de Telavive.
O exército israelita reivindicou a 21 de maio ter morto o autor do ataque que custou a vida ao bebé e à sua mãe.
«Não há palavras para consolar o assassínio de um recém-nascido e da sua mãe», disse hoje o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
«O heroísmo dos pioneiros da colonização na Judeia-Samaria e a sua dedicação é o que derrotará todos os nossos inimigos», acrescentou, usando o nome das províncias bíblicas com que os israelitas se referem à Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.
À margem da guerra de Gaza, desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas a Israel, a 7 de outubro de 2023, a violência explodiu na Cisjordânia, onde vivem cerca de 500 mil israelitas, em colonatos considerados ilegais pela ONU, no meio de cerca de três milhões de palestinianos.
Desde essa data, pelo menos 937 palestinianos, entre os quais muitos combatentes, mas também muitos civis, foram mortos por soldados ou colonos israelitas, segundo dados da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), com sede em Ramallah.
Ao mesmo tempo, de acordo com dados oficiais israelitas, pelo menos 35 israelitas, entre civis e soldados, foram mortos em ataques palestinianos ou em incursões militares israelitas.
Hoje, Israel anunciou a criação de 22 novos colonatos judeus na Cisjordânia.