A Rússia e a Ucrânia procederam esta quinta-feira à primeira grande troca de prisioneiros de guerra desde o início da ofensiva russa, há um mês, anunciou a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Verechtchuk, na rede social Facebook.
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"Hoje, por ordem do Presidente Zelensky, decorreu a primeira verdadeira troca de prisioneiros de guerra: em troca de dez invasores capturados, recuperámos dez dos nossos militares", escreveu Verechtchuk, que tem no Governo ucraniano a pasta da Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados da Ucrânia.
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Onze fuzileiros navais civis russos, sobreviventes ao naufrágio de um navio no mar Negro, perto de Odessa, foram também enviados para a Rússia em troca do regresso à Ucrânia de 19 marinheiros civis ucranianos capturados pelos russos.
Na quarta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo afirmou que se tinham já realizado duas trocas desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro, sem contudo precisar as respetivas datas ou o número de prisioneiros envolvidos.
Dois dias antes, Tatiana Moskalkova, a delegada para os direitos humanos junto do Kremlin, referiu uma troca na Ucrânia de nove prisioneiros russos em troca de Ivan Fedorov, o presidente da câmara de Melitopol, uma cidade do sudeste da Ucrânia tomada por Moscovo.
A vice-primeira-ministra ucraniana confirmou na quarta-feira a troca envolvendo o autarca de Melitopol, mas acrescentou que não tinha havido mais nenhuma.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de 3,6 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU - a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.