A NATO anunciou um reforço dos sistemas de defesa química, biológica e nuclear por temer que a Rússia esteja a planear usar esse tipo de armamento contra o povo ucraniano.
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"O nosso principal comandante militar, o general Walters, ativou os elementos de defesa química, biológica, radiológica e nuclear da NATO, e os nossos aliados estão a implantar defesas químicas, biológicas e nucleares adicionais para reforçar os novos e já existentes grupos de apoio", disse o secretário-geral da Aliança, em Bruxelas, no fim de uma reunião extraordinária dos chefes de Estado e de Governo.
As preocupações decorrem daquilo que considera ser uma "retórica absolutamente falsa" da Rússia, segundo a qual os Estados Unidos, aliados da NATO e Ucrânia se estão a preparar para usar armas biológicas. "Já vimos anteriormente que acusar os outros é, na verdade, uma maneira de tentar criar um pretexto para fazer o mesmo", explicou Jens Stoltenberg, que também hoje confirmou que vai prolongar o mandato como chefe da aliança por mais um ano por causa da guerra.
Antes, os líderes da NATO tinham emitido uma uma declaração conjunta na qual prometiam melhorar a "preparação e prontidão para ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares", remetendo "decisões adicionais" para a próxima cimeira da NATO, marcada para o verão, em Madrid. "Qualquer uso pela Rússia de uma arma química ou biológica seria inaceitável e resultaria em graves consequências", pode ler-se no comunicado.
Também presente na cimeira da NATO, com um discurso em vídeo pré-gravado, o presidente ucraniano renovou os apelos aos líderes da NATO para aumentarem o apoio à Ucrânia contra as forças russas e alertou que Moscovo "quer ir mais longe", atacando os membros orientais da aliança, incluindo a Polónia. "A NATO ainda precisa de mostrar o que é que pode fazer para salvar as pessoas", instou Volodymyr Zelensky, que voltou a pedir armamento e equipamento militar.
"A NATO pode dar-nos 1% de todos os seus aviões, 1% dos seus tanques. Um por cento", apelou o líder ucraniano, lembrando que Kiev não tem armas antimísseis e tem uma frota de aeronaves muito menor do que Moscovo, capaz de destruir "todos os seres vivos" e "quaisquer estruturas, desde casas a igrejas, de armazéns de alimentos a universidades, de pontes a hospitais".
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