O cargueiro Arctic Sea, que desapareceu no mês de Julho no Oceano Atlântico, era seguido pela Mossad, os serviços secretos israelitas, já que transportava armas com destino ao Irão, noticiou hoje o Sunday Times.
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O jornal britânico cita fontes russas e israelitas, que asseguram que o barco levava a bordo mísseis S-300, o modelo russo mais avançado de mísseis terra-ar, que foram levados para o Arctic Sea quando este esteve fundeado no porto russo de Kaliningrado para ser submetido a uma série de reparações técnicas.
O Arctic Sea, que oficialmente transportava madeira da Finlândia para a Argélia, desapareceu nos finais de Julho e foi descoberto no dia 16 de Agosto perto de Cabo Verde.
As autoridades militares russas anunciaram que o cargueiro está a ser rebocado para o porto russo de Novorrossiski, no Mar Negro, onde deverá ser sujeito a uma vistoria, mas não precisaram a data da chegada.
Onze dos quinze tripulantes russos do navio regressaram a casa, na cidade de Arkhanguelsk, e estão proibidos de fazer qualquer tipo de declarações. Os familiares dos que continuam no cargueiro, bem como dos marinheiros e oficiais do navio de guerra Ladnii, que escolta o Arctic Sea, queixam-se de não poder entrar em contacto com eles.
Os oito piratas, que alegadamente desviaram o navio no Mar Báltico, estão detidos num estabelecimento prisional especial do Serviço Federal de Segurança da Rússia.
O Kremlin negou que o barco levasse uma carga secreta e insiste que se tratou de um sequestro, no qual os piratas exigiram um resgate de 1,5 milhões de dólares.
A versão do Sunday Times assinala que a extensa operação de resgate que se pôs em marcha na Rússia para encontrar o cargueiro revela a preocupação que o Governo russo tinha pelo caso e que se elaborou uma história falsa para evitar uma situação embaraçosa.
"A versão oficial é ridícula e elaborou-se uma história para que o Kremlin salvasse a pele", disse uma fonte militar russa, que assegurou ainda que falou "com gente próxima à investigação, que confirmou a grande implicação da Mossad no caso".
A mesma fonte indicou que os sequestradores são criminosos que não sabiam nada sobre a carga secreta e foram utilizados como bodes expiatórios.
O jornalista russo Mikhailm Voitenko, que denunciou o desaparecimento do navio, indicou que o cargueiro se encontra entre sábado e hoje ao largo de Lisboa, informação que a Marinha portuguesa já desmentiu.