Uma mulher foi condenada a um ano de prisão por fingir ter ficado gravemente ferida durante os atentados de Paris, de forma a receber uma indemnização.
Corpo do artigo
Durante a sessão de julgamento, que decorreu no tribunal de Versailles, Laura Quandili admitiu ter mentido ao dizer que estava no bar parisiense "The Carillon", onde 15 pessoas foram assassinadas pelo autoproclamado Estado Islâmico, no dia 13 de novembro de 2015.
A jovem de 24 anos, que confessou estar arrependida e que descreveu as suas ações como "inaceitáveis", disse ter ido a uma esquadra da polícia nos subúrbios de Mureaux, em dezembro do ano passado - dois meses depois dos ataques onde morreram 137 pessoas -, com o seu braço gravemente ferido.
Na altura, Laura, que estava grávida, disse que "ainda estava em choque e seriamente ferida" em sequência do atentado e contou que "voou com a explosão", enquanto estava na esplanada do Carillon. Os agentes da polícia suspeitaram imediatamente da história tendo em conta que, nesse bar, os terroristas usaram apenas armas Kalashnikov.
Após uma curta investigação do caso pelas forças anti-terroristas, que encontraram "mais inconsistências" na história, Laura foi condenada por tentativa de fraude.
Depois de, esta segunda-feira, ter sido sentenciada a um ano de prisão, Laura pediu desculpa à polícia, aos juízes, aos advogados e às "verdadeiras vítimas que sofreram imenso".
"Eu fingi ter sofrido o mesmo por dinheiro. Foi estúpido e infantil. Quando me apercebi disso, era demasiado tarde", admitiu Laura, acrescentado que a mudança de consciência se deu após o nascimento da sua filha, em maio.
Laura, que também teve de pagar a quantia simbólica de um euro para um fundo solidário dos ataques de Paris, já tinha, no passado, forjado um certificado que lhe deu aptidões para trabalhar numa farmácia, tendo isso sido tido em consideração na atribuição da sentença.
O seu marido também foi investigado durante o processo por compactuar no esquema.