A esperança de encontrar sobreviventes é hoje, domingo, quase nula na Indonésia, quatro dias após o violento sismo na ilha de Samatra, que causou milhares de mortos, deslocados e desaparecidos.
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"O número de mortes confirmadas até agora é de 551, mas poderá atingir os três milhares" devido ao grande número de pessoas desaparecidas, declarou este domingo o ministro da Saúde indonésio, Siti Fadilah Supari.
"Teremos números mais fiáveis dentro de três a quatro dias", disse o governante, acrescentando que o balanço feito pelas autoridades se baseia no cálculo dos corpos "claramente identificados, com nomes e endereços".
As autoridades e as agências internacionais consideram que três a quatro milhares de pessoas continuam desaparecidas após o sismo de magnitude de 7,6 ocorrido quarta-feira.
Cada vez mais equipas estrangeiras estão a chegar ao cenário da catástrofe, com cães, equipamentos e ajuda, mas ainda há vastas zonas situadas fora da cidade costeira de Padang, nas montanhas, de muito difícil acesso.
Contudo, a progressão dos socorristas permite ter já uma ideia da extensão dos estragos, com aldeias inteiras enterradas por aluimentos de terras.
De acordo com um responsável local, acredita-se que cerca de 600 pessoas ficaram sob as lamas em várias aldeias situadas a norte de Padang.
"Hoje [domingo] os militares progrediram em zonas mais distantes onde ocorreram aluimentos de terras e onde não foi possível chegar mais cedo porque as estradas estavam cortadas e destruídas", informou o porta-voz do exército indonésio, Sagom Tamboen.
Segundo o presidente da câmara municipal de Padang, Fauzi Bahar, apenas 60 por cento das zonas fustigadas na zona ocidental da ilha de Sumatra conseguiu receber ajuda.
"Comparativamente a outros lugares, como as aldeias afastadas, Padang é uma cidade e por conseguinte a ajuda chegou mais depressa", justificou o edil.
Em Padang, cidade com um milhão de habitantes, os socorros concentram-se no local onde existia um hotel de estilo colonial holandês, que agora está em ruínas, sob as quais se encontra uma centena de pessoas.
"As possibilidades de encontrar sobreviventes são agora muito frágeis", disse à imprensa o responsável de uma equipa de socorros.
As ajudas e as equipas estrangeiras, nomeadamente 74 franceses que chegaram esta manhã a Padang, continuam a afluir do mundo inteiro para reforçar a acção das equipas locais, que já demonstram esgotamento.