Data de 6 de junho de 1944 foi escolhida em função das luas e das marés, para garantir a escuridão e a distância adequada ao desembarque.
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Quase toda a Europa Ocidental fora já perdida para a Alemanha quando os Aliados - EUA, Reino Unido, Canadá, antiga União Soviética e "França Livre" (não colaboracionista) - decidiram abrir uma frente do lado oeste, para completar aquela que Moscovo geria do lado este. Era 1942 e optou-se por um desembarque. A pergunta era onde e quando. A falta de recursos foi adiando o plano, até que chegou 1944.
Hitler tinha mandado construir o chamado "muro do Atlântico" que ia da Noruega a Espanha. E Calais seria a cidade mais próxima para chegar a França partindo de Inglaterra para depois seguir para a Alemanha. Algo que os alemães sabiam, pelo que reforçaram aquela parte do "muro". Os Aliados descobriram nas praias da Normandia as condições mais adequadas: ali, os alemães eram mais fracos.
O desembarque decorreu ao longo de 80 quilómetros, em cinco praias - Utah Beach e Omaha Beach foram atribuídas às forças dos EUA, Gold e Sword às britânicas e francesas, Juno aos canadianos.
"Neptuno", nome dado ao desembarque, foi apenas o início da operação "Overlord", que lançaria a batalha da Normandia. Visava estabelecer uma testa de ponte na Normandia para trazer reforços e abastecimentos. O Dia D seria definido pela lua e pelas marés: teria de ser noite de lua cheia tardia para garantir escuridão inicial e visibilidade a seguir e com maré a subir para desembarcar as tropas suficientemente perto da costa, mas suficientemente longe dos alemães.
Às zero horas do dia 6 de junho de 1944, começaram a ser largados paraquedistas. Seguiram-se, às três da manhã, bombardeamentos aéreos e navais. Às seis, deu-se o desembarque pelo mar. Total: cerca de 150 mil homens entraram na Normandia. Iriam perder-se dez mil.
Em paralelo, foi organizado um falso desembarque em Calais, para deixar as tropas alemãs acreditarem que a operação na Normandia era secundária. Cem dias de combates depois, Paris era libertada.