Uma nova vaga de mais de seis mil civis e combatentes de Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, deixou a zona na noite passada em direção ao norte da Síria.
Corpo do artigo
A informação foi avançada por ativistas e meios de comunicação oficiais e segue-se a um acordo alcançado entre uma fação islâmica e as autoridades.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos precisou que 52 autocarros, com mais de três mil pessoas, chegaram já à área de Qala al Madiq, na província central de Hama, a caminho da vizinha região de Idlib.
A mesma fonte afirmou que se espera que nas próximas horas mais autocarros com deslocados cheguem a essa zona, porque mais de 110 veículos com seis mil pessoas abandonaram nas últimas horas Ghouta Oriental.
A agência de notícias estatal síria, SANA, indicou que, de acordo com os seus dados, 101 autocarros com 6432 pessoas, das quais 1521 eram milicianos, saíram à noite de Jobar, Zamalka, Arbine e Ain Tarma, em Ghouta Oriental.
O processo desenrola-se sob a supervisão do Crescente Vermelho sírio.
Na sexta-feira, o grupo islâmico Legião da Misericórdia aceitou um acordo com a Rússia, aliada do governo de Damasco, para realizar a evacuação que, na prática, é um pacto de rendição.
O acordo abrange tanto os combatentes desta organização islâmica, como os do Comité de Libertação do Levante, a aliança da ex-filial síria da al-Qaeda.
O Observatório denunciou que na terça-feira a ex-filial da al-Qaeda acossou, com uma escavadora, os civis que esperavam em Ghouta Oriental os autocarros, para que se dispersassem, e tomou pela força alguns veículos para os levar para as suas bases e transportar as suas famílias.
A ONG acusou esta organização e outras presentes em Jobar, Zamalka, Arbine e Ain Tarma, como a Legião da Misericórdia, de quererem retirar antes as suas milícias e familiares da zona.