Os eleitores moçambicanos residentes na zona de Lisboa estão a votar para as eleições gerais na embaixada de Moçambique, com este organismo a salientar que o número de eleitores registados em Portugal aumentou cerca de 30% desde 2009.
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"Tenho a certeza que muitos mais moçambicanos vão, pouco a pouco, conhecendo que o seu voto vale e vale muito", disse à Lusa Fernanda Lichale, referindo que o número de eleitores moçambicanos registados em Portugal é atualmente de 1284, contra 848 em 2009.
A maioria dos eleitores moçambicanos, 748, estão registados na zona da Grande Lisboa.
Para além das duas assembleias de voto instaladas na Embaixada em Lisboa, os moçambicanos estão a votar também em Braga, Porto, Coimbra, Leiria e Faro.
Apesar do aumento do número de eleitores desde as presidenciais e legislativas de 2009 a embaixadora disse que é preciso sensibilizar a diáspora moçambicana no sentido do recenseamento considerando que são sobretudo "as distâncias" que afastam as pessoas da participação.
"Eu creio que são as distâncias, não tanto a falta de interesse. As pessoas vivem em Lisboa muito dispersas e esta comunicação às vezes flui de forma deficitária. Acredito que muitos não se recensearam mas que noutras oportunidades o vão fazer. Aliás, já falei com alguns que não o fizeram porque no dia do recenseamento não estavam informados. Acredito que nos próximos pleitos vamos melhorar. É um processo, e em cada processo temos de ter um novo dinamismo", afirmou.
Para a embaixadora de Moçambique em Portugal trata-se de um processo "normal" que está a decorrer sem qualquer percalço junto da diáspora moçambicana e que a crise que se viveu durante mais de um ano no país não afetou a realização do processo eleitoral.
"São eleições normais, veem no momento certo, visam fortalecer a democracia e os percalços que aconteceram não devem manchar de forma alguma o curso normal. Independentemente de tudo, estas eleições tinham de acontecer e estão a acontecer e o resto resolve-se na mesa do diálogo, como se resolveu, e como se está a resolver", disse Fernanda Lichale.
"É a primeira vez que venho votar e quero ser dos primeiros porque temos de nos juntar todos para decidir o futuro", disse um jovem eleitor que se aproximava do local de voto, em Lisboa, e que não se quis identificar.
Dezenas de pessoas aguardaram a abertura das assembleias de voto, às 10.00 horas, na Embaixada moçambicana registando-se pouco depois uma longa fila de espera junto às escadas de acesso ao local onde estão instaladas as urnas de voto.
As assembleias de voto na embaixada de Moçambique em Lisboa vão estar abertas até às 21.00 horas sendo que ainda será possível conhecerem-se resultados parciais esta quarta-feira e definitivos na quinta-feira.