O que se sabe sobre o ataque de apoiante do Estado Islâmico que matou dez pessoas em Nova Orleães
Investida com carrinha aconteceu esta quarta-feira, na madrugada de Ano Novo, numa área turística de Nova Orleães. Autoridades encontraram bandeira do Estado Islâmico na carrinha usada para atropelar os peões.
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Uma carrinha atropelou várias pessoas às 3.15 horas (9.15 horas em Portugal continental) no Bairro Francês, em Nova Orleães, matando pelo menos 15 pessoas e ferindo mais de 30. O suspeito, cuja identidade já foi divulgada pela Imprensa norte-americana, trocou tiros com a Polícia, que o abateu. Os investigadores encontraram no veículo uma bandeira do autointitulado Estado Islâmico.
O caso, considerado intencional e tratado como “ato de terrorismo” pelo FBI, ocorreu na madrugada de Ano Novo na Rua Bourbon, localizada numa área turística. Além das celebrações pela chegada de 2025, a cidade do Louisiana tradicionalmente recebe, no primeiro dia do ano, o Sugar Bowl, jogo de futebol americano universitário.
Após o atropelamento, um tiroteio entre o suspeito e a Polícia deixou dois agentes feridos. O alegado autor foi morto e as autoridades encontraram, dentro da carrinha aparentemente alugada, uma bandeira do ISIS, armas e um “potencial” dispositivo explosivo improvisado. O FBI localizou ainda outras possíveis bombas no Bairro Francês.
O suspeito foi identificado como Shamsud-Din Bahar Jabbar, cidadão norte-americano de 42 anos do Texas, cujo registo criminal local, noticiou o jornal “The New York Times”, inclui dois crimes de menor gravidade no início dos anos 2000 - furto e condução com uma carta inválida. O FBI está a investigar “potenciais associações e afiliações com organizações terroristas”.
Biden e Trump reagem
A Casa Branca afirmou, num comunicado, que Joe Biden foi informado no início da manhã sobre o incidente. O presidente dos Estados Unidos ofereceu condolências às vítimas e às famílias, agradeceu as autoridades locais e ofereceu recursos federais para ajudar as investigações. “Não há justificação para qualquer tipo de violência e não toleraremos qualquer ataque a qualquer uma das comunidades da nossa nação”, completou.
Donald Trump prestou solidariedade com os afetados e criticou os democratas, numa possível referência ao banimento da entrada de nacionais de países de maioria islâmica, ordem executiva assinada pelo magnata em 2017 e revogada por Biden no dia da posse, em 2020. “Quando disse que os criminosos que chegam são muito piores do que os criminosos que temos no nosso país, esta afirmação foi constantemente refutada pelos democratas e pelos média de notícias falsas, mas revelou-se verdadeira”, disse na plataforma Truth.
Pormenores
Serviu no Exército
O suspeito serviu no Exército dos EUA por anos, dois oficiais revelaram à CNN. Em vídeo de 2020, aparentemente publicado pelo próprio, o suspeito diz que esteve dez anos nas Forças Armadas.
Nascido no Texas
No mesmo vídeo, o alegado autor afirma ser nascido e criado no Texas. Jabbar gaba-se ainda das habilidades no ramo imobiliário.
Alugou veículo
A carrinha do ataque está registada no nome de um homem de Houston que disponibiliza veículos para alugar, noticiou o “The New York Times”.