O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manifestou ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, "enorme inquietação" pelas ações de Moscovo na Ucrânia e apelou às forças irregulares para deporem as armas, informou, esta terça-feira, a Casa Branca.
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Durante uma conversa telefónica na segunda-feira, Obama sublinhou a necessidade de "todas as forças irregulares do país deporem as suas armas", e apelou a Putin para "usar a sua influência sobre os grupos armados pró-russos e convencê-los a abandonar os edifícios que ocupam", precisou em comunicado a Casa Branca.
O diálogo entre os dois líderes surge a dois dias da reunião em Genebra entre os representantes da União Europeia, Estados Unidos, Ucrânia e Rússia que procuram uma saída para a crise.
O encontro será o primeiro entre as quatro partes desde que a Rússia anexou, em março, a república autónoma ucraniana da Crimeia e depois do agravar da crise no país devido aos protestos desde novembro entre pró-russos e pró-ocidentais.
Barack Obama aproveitou a conversa com Putin para advertir uma vez mais a Rússia que irá enfrentar novas sanções se não aceitar os apelos internacionais para que retire as suas tropas da fronteira ucraniana.
"O Presidente -- Obama -- sublinhou o crescimento isolamento político e económico da Rússia devido às suas ações na Ucrânia e deixou claro que este irá crescer se -- o Governo russo -- persistir nessas ações", explicou a Casa Branca.
O Presidente norte-americano insistiu que a solução diplomática para o conflito é possível, mas advertiu Putin que para cumprir esse objetivo a Rússia terá de desistir da "ameaça militar" nas fronteiras da Ucrânia e da sua "provocação armada".
Obama congratulou-se ainda pelo comportamento do Governo da Ucrânia salientando uma atuação "com um controlo notável" e fazendo esforços para "unificar o país com eleições livres e justas a 25 de maior, procurando uma reforma constitucional e promovendo passos concretos para a descentralização do poder".
A informação da Casa Branca surge depois de o Kremlin ter anunciado que, na conversa com Obama, Putin deu garantias de não-ingerência no leste da Ucrânia.
Nas últimas 48 horas foram registados em diversas cidades do leste da Ucrânia, de maioria russófona, uma série de ataques, aparentemente coordenados, liderados por ativistas pró-russos, mas também por homens armados envergando uniformes militares sem identificação.
As autoridades pró-ocidentais de Kiev anunciaram uma "operação antiterrorista" no leste, mas até ao momento não foi registada qualquer intervenção das forças militares ucranianas.