O Presidente dos EUA, Barack Obama, disse que não tomou nenhuma decisão sobre uma intervenção na Síria, mas adiantou que qualquer ação norte-americana será um aviso de que "é melhor" Damasco não usar armas químicas de novo. O Governo britânico disse, entretanto, que vai aguardar investigação da ONU antes de intervir.
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"Não tomei nenhuma decisão", disse Obama numa entrevista à estação televisiva pública PBS quando foi questionado se iria ordenar uma ação militar contra a Síria.
Na entrevista, o Presidente norte-americano insistiu que não tem dúvidas de que o regime sírio usou armas químicas contra civis, no passado 21 de agosto, e que qualquer decisão da sua administração irá no sentido de dissuadir as autoridades de Damasco de ações semelhantes no futuro.
O Governo sírio, afirmou, "vai receber um forte aviso de que é melhor não voltar a fazê-lo".
Durante o fim de semana, os Estados Unidos endureceram consideravelmente o tom contra a Síria, ao ponto de ponderarem uma ação armada contra o regime de Damasco.
Todavia, quarta-feira à noite, o Presidente dos Estados Unidos rejeitou a ideia de uma intervenção norte-americana destinada a apoiar a rebelião.
Um envolvimento direto militar dos Estados Unidos na guerra civil "não seria benéfico para a situação no terreno", considerou Obama.
A ideia subjacente à reação dos Estados Unidos e dos seus aliados seria, explicou, que o governo sírio "recebesse uma mensagem tão forte que seria melhor não recomeçar".
Entretanto, o Governo britânico revelou que não vai lançar uma ação militar na Síria antes de conhecer os resultados dos especialistas das Nações Unidas que investigam no terreno um alegado ataque com armas químicas.
"O secretário-geral das Nações Unidas deve dirigir-se ao Conselho de Segurança imediatamente após o fim da missão da equipa", indica o texto do Governo britânico, citado pela agência France Presse.
A moção refere ainda que "o Conselho de Segurança da ONU deve promover este encontro oportunamente e encetar todos os esforços para obter uma resolução [do Conselho de Segurança] que apoie uma ação militar" antes de se avançar para este ataque.
Entretanto, um porta-voz do Partido Trabalhista britânico revelou que este vai pedir ao primeiro-ministro David Cameron na quinta-feira para que aguarde pelas provas das Nações Unidas sobre o uso de armas químicas na Síria antes de apoiar uma intervenção militar.
A resposta de Londres ao suposto ataque químico do regime de Bashar al-Assad será debatida na quinta-feira numa sessão de urgência no parlamento, e os trabalhistas já disseram que se vão opor à resolução do Governo se David Cameron não conceder o tempo necessário aos inspetores da ONU.
Hoje à tarde, várias centenas de pessoas protestaram em frente à residência oficial do primeiro-ministro britânico, David Cameron, em Downing Street, Londres, contra uma eventual intervenção militar na Síria.
Os manifestantes, cerca de mil segundo os organizadores, entre os quais de encontravam deputados do Partido Trabalhista, passaram o cordão de segurança que tinha sido estabelecido pela polícia e cortaram o trânsito na avenida Whitehall, que conduz ao parlamento de Westminster, segundo a agência espanhola Efe.