O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu, esta terça-feira, uma resolução "firme" do Conselho de Segurança da ONU sobre a eliminação de armas químicas na Síria, com "consequências" para o regime de Bashar al-Assad caso este falhe os compromissos assumidos.
Corpo do artigo
"É preciso uma resolução firme do Conselho de Segurança para verificar que o regime de Assad [presidente sírio] mantém os seus compromissos, e devem existir consequências se não conseguir cumprir", declarou Barack Obama perante a Assembleia-geral das Nações Unidas.
Na mesma intervenção, no primeiro dia do debate geral da 68.ª Assembleia-Geral da ONU, Obama denunciou as vozes críticas que acusaram os Estados Unidos de inconsistência, reiterando a posição de Washington sobre a autoria do ataque com armas químicas realizado no passado dia 21 de agosto nos arredores de Damasco, que terá provocado mais de 1400 mortos, de acordo com os serviços de informações norte-americanos.
"Aqueles 'rockets' foram disparados de um bairro controlado pelo regime e caíram nos bairros da oposição", afirmou o governante norte-americano.
"É um insulto à razão humana - e para a legitimidade desta instituição - sugerir que qualquer outra pessoa para além do regime terá realizado este ataque", defendeu Barack Obama diante dos líderes mundiais reunidos em Nova Iorque.
"Não acredito que uma ação militar - por aqueles que estão dentro da Síria ou por forças externas -, possa atingir uma paz duradoura. Nem acredito que a América ou qualquer outro país deve determinar quem irá liderar a Síria", reforçou o governante, ressalvando no entanto, numa referência a Assad, que um líder que "mata os seus cidadãos e gaseia crianças até à morte não pode recuperar a legitimidade para liderar um país muito fraturado".
Estas declarações de Obama surgem depois de os chefes das diplomacias dos Estados Unidos e da Rússia, um tradicional aliado do regime de Damasco que tem bloqueado resoluções no Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria, terem dado uma semana à Síria para entregar uma lista das armas químicas.
O recente plano russo-norte-americano prevê que as armas e instalações químicas do regime de Assad sejam destruídas até julho de 2014.
Segundo divulgou a Organização para a Interdição de Armas Químicas (OIAC), no passado dia 20 de setembro, Damasco entregou um primeiro documento sobre o seu programa de armas químicas, horas antes de terminar o prazo de uma semana estipulado no acordo EUA-Rússia.