O presidente norte-americano, Barack Obama, saudou o "papel precioso" do Papa Francisco na reconciliação entre os Estados Unidos e Cuba, após meio século de tensões herdadas da Guerra-Fria.
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"Agradecemos (...) o vosso apelo às nações para resistirem às sirenes da guerra e resolverem os diferendos pela via diplomática", declarou Obama, ao receber o chefe da Igreja Católica na Casa Branca, em Washington.
O presidente dos Estados Unidos elogiou "a mensagem de esperança, fonte de inspiração para tantas pessoas em todo o mundo", nomeadamente a força do apelo à ação e à unidade lançada por Francisco para lutar contra as alterações climáticas.
"Lembrou-nos que temos uma obrigação sagrada de proteger o nosso planeta", declarou Barack Obama.
"Apoiamos o apelo feito aos dirigentes mundiais para apoiar as comunidades mais vulneráveis perante as alterações climáticas e para se unirem na conservação do mundo para as gerações futuras", acrescentou o presidente norte-americano.
No primeiro discurso em solo norte-americano, o Papa argentino destacou o tema da imigração, sublinhando que visita os Estados Unidos como "filho de uma família de imigrantes".
"Como filho de uma família de imigrantes, estou muito feliz de ser recebido neste país que foi, em grande medida, construído por famílias semelhantes", declarou Francisco na Casa Branca, logo ao início do seu discurso.
Jorge Bergoglio destacou a urgência de uma luta comum e mundial contra o aquecimento climático "que não pode ser deixada à geração futura". "Considero encorajador que promova uma iniciativa para a redução da poluição do ar. Ao aceitar esta urgência, parece-me claro que as alterações climáticas são um problema que não pode ser deixado para a geração futura", declarou, sublinhando "o momento crítico da história" da humanidade.
O Papa exigiu ainda, na Casa Branca, uma mudança de sistema para que seja possível um "desenvolvimento durável e integral" que inclua milhões de excluídos em todo o mundo.
"Ainda é tempo de conseguir as mudanças que se impõem para um desenvolvimento durável e integral. Uma tal mudança exige da nossa parte que, de maneira séria e responsável, tomemos em consideração (...) milhões de pessoas que vivem num sistema que as marginalizou", disse.
Dezenas de milhares de pessoas esperavam nos jardins do National Mall, o grande parque situado no centro de Washington, para assitir ao percurso de Francisco pela capital norte-americana.
Após a visita à Casa Branca, onde esteve reunido com Obama na Sala Oval, o Papa seguiu para a catedral de São Mateus, onde decorrerá um encontro com os bispos norte-americanos.
Durante a tarde, vão realizar-se as cerimónias de canonização do franciscano espanhol Junípero Serra no santuário da Imaculada Conceição, durante uma missa ao ar livre à qual deverão assistir cerca de 25 mil pessoas.