Espanha anunciou a detenção de oito jovens naquela que é a primeira operação na Europa contra estrangeiros que lutaram com os pró-russos na Ucrânia. Os detidos divulgaram fotografias com material bélico nas redes sociais, facilitando a sua identificação. Estão acusados de diversos crimes, como assassínio, posse e armazenamento de armas e explosivos.
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A operação "Danko" teve início às 6.30 horas desta sexta-feira (menos uma hora em Portugal continental) e culminou com a detenção de oito espanhóis que combateram ao lado dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.
As detenções foram feitas em Gijón, Cartagena, Barcelona, Cáceres, Pamplona, Alcorcón e duas em Madrid. Os detidos têm entre 20 e 30 anos e estavam desde o ano passado a combater nas regiões de Lugansk e Donetsk. Três são ex militares.
A identificação dos detidos foi facilitada pela tendência dos jovens em tirarem fotografias com material bélico e divulgarem as imagens nas redes sociais.
"Durante a sua permanência em território ucraniano, além dos alegados crimes de cooperação ou cumplicidade em assassinatos e homicídios dos grupos e batalhões aos quais se juntaram, há que acrescentar a posse e armazenamento de armas e explosivos, atos que divulgaram através das redes sociais, tendo impacto na captação e recrutamento de futuros combatentes", refere o Ministério do Interior espanhol em comunicado. Fontes policiais indicam que outro grupo de jovens estava a preparar-se para viajar para a Ucrânia.
As autoridades não confirmam se entre os detidos estão Rafael Muñoz Pérez, de 27 anos, e Ángel Davilla-Rivas, de 22 anos, dois espanhóis que anunciaram em vídeos na internet que estavam no Batalhão Vostok, sob comando de Igor Strelkov, chefe das Forças Armadas da República Popular de Donetsk.
A operação "Danko" avançou no terreno após o regresso de três dos detidos ao país este mês. O último chegou a Espanha na semana passada. "É a primeira operação policial realizada na Europa contra as atividades de combatentes estrangeiros no conflito ucraniano", salienta o Ministério do Interior. E a operação ainda continua em aberto.
Fontes policiais afirmam que a comunidade internacional que apoiava os espanhóis agora detidos tem ramificações na Alemanha, Itália e França, entre outros países.