A oposição síria ameaçou abandonar as negociações de paz que decorrem na cidade suíça de Genebra se "os crimes" do regime de Bashar al-Assad persistirem.
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"Se o regime insistir nestes crimes, então a presença da delegação do Alto Comité para as Negociações [HNC, na sigla inglesa] em Genebra não terá justificação", avisou o coordenador do comité, Riad Hijab, numa declaração colocada na Internet, citada pela agência AFP.
Hijab, que não integrou a delegação que se deslocou a Genebra, acrescentou que "a delegação vai informar o enviado especial das Nações Unidas Staffan de Mistura "das suas intenções de abandonar a equipa negocial se a Organização das Nações Unidas e as potências mundiais forem incapazes de travar estas violações".
A oposição síria aterrou em Genebra este sábado, um dia depois de uma delegação do presidente sírio, Bashar al-Assad, ter chegado à Suíça, tendo já mantido conversações preliminares com Staffan de Mistura.
A delegação da oposição síria, que deverá reunir-se com o enviado especial das Nações Unidas no domingo, recusa para já qualquer envolvimento, mesmo que de forma indireta, com o regime sírio.
Primeiro, quer que as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas que pedem o fim dos cercos a mais de 12 cidades na Síria sejam cumpridas e que os bombardeamentos sobre civis cessem.
A oposição síria decidiu na sexta-feira participar nas conversações de paz indiretas com o regime que se iniciaram em Genebra.
Em declarações à agência noticiosa AFP, um responsável da oposição precisou na sexta-feira que o HCN, uma vasta coligação de opositores políticos e de grupos armados sírios formada em dezembro na Arábia Saudita na perspetiva da iniciativa de Genebra, iria enviar "entre 30 e 35 pessoas" às conversações.
O HCN tinha recusado participar nas negociações enquanto prosseguissem os bombardeamentos e o cerco de diversas localidades sírias.