
María Corina Machado, vencedora do Nobel da Paz
Foto: Odd Andersen / AFP
Cerca de 200 pessoas participaram hoje numa concentração promovida por seis organizações norueguesas contra a atribuição do prémio Nobel da Paz à opositora venezuelana María Corina Machado.
Sob palavras de ordem como "Nenhum prémio da Paz para os belicistas" e "EUA fora da América Latina", os manifestantes concentraram-se em frente à sede do Instituto Nobel de Oslo.
"[María Corina] Machado não merece o Nobel da Paz. O prémio deveria ir para alguém que seja a favor do diálogo pacífico e que una as pessoas", defendeu Kari Anne Naess, presidente da Associação Norueguesa para a Paz, criada em 1885 e a mais antiga organização desse tipo do país nórdico.
Esta associação integra o Conselho Norueguês para a Paz, que reúne cerca de 20 organizações, e este ano declinou organizar o tradicional desfile com archotes pelo centro de Oslo que faz parte do programa do Nobel da Paz, em protesto pela escolha da líder da oposição da Venezuela como laureada.
Assim, a organização do desfile de tochas, que decorrerá na quinta-feira à tarde, ficou a cargo da Norwegian Venezuelan Justice Alliance.
No protesto de hoje participaram também dois representantes do Partido da Esquerda Socialista e do Partido Vermelho - respetivamente quarta e sexta forças políticas com assento parlamentar - e aliados do executivo trabalhista minoritário que governa a Noruega.
Ambas os partidos se manifestaram contra a escolha de Machado para o prémio Nobel da Paz 2025.
María Corina Machado devia estar, esta terça-feira, presente numa conferência de imprensa no Instituto Nobel, mas o evento foi inicialmente adiado e depois cancelado, perante as dificuldades da opositora ao regime do Presidente Nicolás Maduro em deslocar-se a Oslo.
"A própria María Corina Machado explicou em entrevistas quão complicada seria a viagem a Oslo. Por isso, neste momento, não podemos fornecer mais informações sobre quando e como chegará para a cerimónia do prémio Nobel da Paz", declarou o Instituto Nobel em comunicado.
A líder da oposição venezuelana, que vive em local desconhecido na Venezuela, tinha confirmado há alguns dias ao Instituto Nobel que viajaria até à capital norueguesa para receber o galardão.
