Foram retomadas, esta terça-feira, as conversações "difíceis" por videoconferência entre Kiev e Moscovo, iniciadas na véspera. Debaixo de ataques, a capital resiste e o êxodo do povo continua: já há três milhões de refugiados. Eis os pontos-chave deste 20.º dia de guerra na Ucrânia.
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- Vários ataques russos atingiram um bairro residencial de Kiev, esta terça-feira de manhã, provocando um grande incêndio num prédio de 15 andares. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou a morte de cinco pessoas. Veja aqui as imagens da destruição.
- Mais de 100 autocarros transportando civis deixaram a cidade sitiada de Sumy, no nordeste da Ucrânia, em direção a Poltava, no centro da Ucrânia, disse o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
- As negociações entre a Rússia e a Ucrânia foram retomadas esta tarde, disse o negociador ucraniano Mykhailo Podolyak, depois de, na segunda-feira, ter havido uma "pausa técnica" para "trabalho adicional nos subgrupos de trabalho e esclarecimento de definições individuais".
- Há relatos de que as forças russas fizeram pacientes e médicos de um hospital da cidade ucraniana sitiada de Mariupol como reféns. "Recebemos informações de que o exército russo capturou o nosso maior hospital e está a usar os nossos pacientes e médicos como reféns. Podemos confirmar esta informação e o governador da região de Donetsk também confirmou. Recebemos a informação de que há 400 pessoas lá", disse o vice-presidente da Câmara de Mariupol, Sergei Orlov, citado pela BBC.
- A jornalista Marina Ovsyannikova, que na segunda-feira se manifestou contra a guerra na Ucrânia numa emissão em direto da televisão russa onde trabalhava, foi julgada por "manifestação ilegal" e multada em 30 mil rublos (215 euros). A editora, que já está em liberdade, foi considerada culpada por desrespeitar a lei do protesto, informou a agência de notícias estatal russa RIA.
- O Conselho da União Europeia (UE) adotou formalmente esta terça-feira o quarto pacote de sanções económicas e individuais à Rússia, que inclui medidas restritivas ao oligarca multimilionário Roman Abramovich, com passaporte português. Paralelamente, uma investigação da BBC revelou os segredos por detrás da fortuna do oligarca russo, que alegadamente terá manipulado dois leilões em seu favor, lesando o Estado em mais de dois mil milhões de euros, e raptado um rival para conseguir concretizar um negócio.
- A Rússia anunciou sanções contra o presidente norte-americano, Joe Biden, e vários altos responsáveis dos EUA, entre os quais o chefe da diplomacia, Antony Blinken, em resposta às medidas punitivas de Washington contra Moscovo. Esta medida "é a consequência inevitável do curso extremamente russofóbico seguido pelo atual Governo americano", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia. No total, 13 personalidades norte-americanas são alvo das sanções, cuja natureza não foi especificada.
- O presidente norte-americano, Joe Biden, estará em Bruxelas na próxima semana para participar na reunião dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) e na cimeira extraordinária da NATO.
- Balanço de vítimas: a guerra na Ucrânia provocou, desde 24 de fevereiro até ao final do dia de domingo, pelo menos 691 mortos e 1143 feridos entre a população civil, anunciou, esta terça-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos da ONU, contabilizando 48 crianças mortas e 62 feridas. A agência da ONU acredita, no entanto, que os números reais de vítimas sejam muito superiores, especialmente em território controlado pelo Governo ucraniano. Volodymyr Zelensky disse hoje que quase 100 crianças morreram na invasão russa.
- Balanço de refugiados: De acordo com a Organização Internacional para as Migrações da ONU, mais de três milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia desde o início da guerra. Do número total de refugiados, mais de 1,4 milhões são crianças e 157 mil são nacionais de outros países.
- Portugal concedeu, desde o início da guerra até esta terça-feira, mais de 9200 pedidos de proteção temporária a pessoas vindas da Ucrânia em consequência da situação de guerra, de acordo com a última atualização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
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