O pai de Leonarda Dibrani, a jovem expulsa de França, confessou ter mentido às autoridades quando disse que a filha é kosovar. Afinal, à exceção dele, os restantes membros da família terão nascido em Itália.
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Reshad Dibrani, de 43 anos, explicou à agência Reuters que mentiu às autoridades francesas para conseguirem o estatuto de refugiados políticos. "Quando pedimos asilo a França, contámos que vínhamos fugidos do Kosovo e destruímos os passaportes para não sermos devolvidos a Itália", justificou este albanês.
Reshad, que estava ilegal em França, foi deportado no dia 8 pelos crimes de violência doméstica e roubo. No dia seguinte, seguiram a mulher e os seis filhos, entre os quais Leonarda, de 15 anos.
As autoridades kosovares disseram, também à agência Reuters, não saber o que fazer com a família uma vez que apenas Reshad é albanês.
Ontem, pelo segundo dia consecutivo, milhares de estudantes manifestaram-se em França contra a expulsão de Leonarda e de Khatchik Kachatryan, um jovem arménio de 19 anos também expulso há uma semana, por furtos em loja e por ter entrado ilegalmente em França.
O presidente francês, François Hollande, mantém-se em silêncio, mas a primeira-dama, Valerie Trierweiler, já disse em público que Leonarda "não é responsável pelo que o pai possa ter feito".
Também o primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, já se pronunciou sobre o caso, garantindo que a jovem poderá regressa a França se "alguma falha for encontrada" no processo de expulsão.
Quem também não falou sobre a polémica foi o ministro do Interior, Manuel Valls, que encurtou a visita às Caraíbas para tratar deste caso. Previa-se que as conclusões do inquérito entretanto aberto fossem entregues ao governo ontem à noite.