O Papa Francisco defendeu o bispo chileno Juan Barros e assegurou que as acusações de que este encobriu os abusos sexuais a menores cometidos pelo sacerdote Fernando Karima "são calúnias".
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"No dia em que trouxerem uma prova contra o bispo Barros, eu falarei", declarou o pontífice aos jornalistas à chegada à cidade Iquique, onde celebrou a terceira e última missa da sua visita ao Chile. "Não há uma única prova, tudo é calúnia", disse Jorge Mario Bergoglio.
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Durante a sua visita ao Chile, que termina esta quinta-feira, o Papa Francisco encontrou-se com um grupo de chilenos vítimas de abuso sexual por parte de sacerdotes, e pediu desculpa "pelos danos irreparáveis" sofridos.
A chegada de Francisco fez reviver o escândalo dos sacerdotes que abusaram de crianças, tendo a organização Bishop Accountability publicado esta semana uma lista de 80 clérigos acusados de abusos sexuais de menores no país sul-americano.
O Papa aterrou na noite de segunda-feira na capital chilena para uma visita ao país, tendo já ocorrido protestos contra os abusos sexuais realizados por padres e demonstrações de ceticismo face à Igreja Católica Romana.
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Algumas igrejas foram incendiadas e a polícia teve que recorrer a gás lacrimogéneo e canhões de água para por fim a um protesto.
Esta é a primeira visita do Papa a esta nação com 17 milhões de habitantes, desde que assumiu o papado, em 2013.
A viagem acontece numa altura em que muitos chilenos estão descontentes com a decisão de Francisco, tomada em 2015, de nomear um bispo próximo do reverendo Fernando Karadima, que o Vaticano considerou culpado, em 2011, de abusar sexualmente de dezenas de menores ao longo de décadas.
Depois do Chile, o Papa segue para o Peru para uma visita oficial e apostólica de três dias.