O parlamento argentino anulou quinta-feira pela primeira vez um veto de Javier Milei e validou uma lei que aumenta as verbas para as pessoas portadoras de deficiência, uma derrota política relevante para o presidente ultraliberal.
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O Senado anulou o veto presidencial por 63 votos contra sete. Em agosto, a Câmara dos Deputados já o tinha rejeitado.
Esta derrota de lei ocorre em um dos piores momentos de Milei, envolvidos em um escândalo de alegados subornos na Agência para a Deficiência. Este negócio motivou um inquérito judicial que atingiu Karina Milei, irmã e braço direito do chefe de Estado.
A decisão do Senado acontece também em pleno contexto eleitoral, com legislativas previstas para outubro e eleições no domingo na província de Buenos Aires, a mais povoada, governada pela oposição peronista, de centro-esquerda.
A lei, aprovada em julho e que deve agora ser promulgada, declara o estado de urgência para a deficiência.
Em funções desde dezembro de 2023, Milei sustenta que a lei em favor dos portadores de deficiência prejudica o excedente orçamental que o seu governo conseguiu apresentar em 2024, uma novidade desde 2010, graças a uma austeridade severa.