O parlamento da Crimeia, península do sul da Ucrânia, aprovou esta quinta-feira a realização a 25 de maio de um referendo sobre maior autonomia, anunciou o serviço de imprensa do parlamento.
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Sob o controlo de um comando armado pró-russo, o hemiciclo regional também expulsou o Governo local, após uma votação à porta fechada, segundo a mesma fonte.
O dia 25 de maio é aquele em que deverão realizar-se eleições presidenciais antecipadas na Ucrânia, depois da destituição, no sábado, do Presidente Viktor Ianukovich.
A única questão deste referendo será: "É pela soberania estadual da Crimeia dentro da Ucrânia?".
Segundo o serviço de imprensa, 61 dos 64 deputados presentes votaram a favor do referendo, dispondo o parlamento da Crimeia de um total de 100 deputados.
O parlamento encontra-se inacessível à imprensa desde esta manhã, que não viu os deputados entrar no local.
Os deputados não estavam autorizados a ter consigo os respetivos telemóveis e 'tablets', disse à agência de notícias francesa, AFP, um deles, Enver Abduraimov, representante dos tártaros, minoria muçulmana deportada da Crimeia por Estaline.
Abduraimov disse ter-se recusado a participar na votação naquelas condições.
A Crimeia tem já o estatuto de república autónoma dentro da Ucrânia, depois de ter pertencido à Rússia, no âmbito da União Soviética, e de ter sido anexada à Ucrânia em 1954.