Leslie J. Preer, de 50 anos, foi espancada até à morte em maio de 2001, no Maryland, nos EUA, mas ninguém foi condenado pelo crime. A filha da vítima, Lauren Preer, recebeu uma chamada da polícia 23 anos depois, a informar que o seu ex-namorado tinha sido detido por suspeita do homicídio.
Corpo do artigo
A mãe de Laureen foi assassinada em casa e o agressor deixou para trás uma cena de crime bastante violenta, de acordo com as autoridades locais, citadas pelo "Washington Post". O corpo foi encontrado pelo marido de Leslie e um colega de trabalho, que ficaram preocupados depois de a mulher não aparecer no emprego e terem ido a casa verificar o que se passava.
Quando chegaram, depararam-se com sangue nas paredes e no chão, perto da porta de entrada. O corpo de Leslie estava dentro da banheira, no piso superior da casa, o que pode significar que tentaram lavar o cadáver, de acordo com os investigadores. A autópsia revelou que a vítima foi estrangulada e detetou sete lacerações no crânio.
Depois da polícia chegar ao local, pediu a Laureen uma lista de pessoas próximas da família, na qual estava incluído o suspeito detido este ano: Eugene Gligor, seu ex-namorado, na altura com 21 anos.
Laureen era apaixonada por Eugene desde os 16 anos. Namoraram durante três anos e afastaram-se depois de uma relação à distância durante um ano. Passavam bastante tempo juntos e chegaram a ir de férias com a família dela mais do que uma vez. Leslie sempre falou do rapaz com carinho, mas o seu marido, pai de Laureen, nem por isso. "Há alguma coisa nele que não bate certo", insistia Carl “Sandy” Preer.
Laureen lembra-se do ex-namorado como uma pessoa carinhosa e sensível. Andavam na escola juntos, passavam tempo na casa um do outro e ele nunca foi violento com ela ou com qualquer outra pessoa. "Éramos apenas crianças", descreve.
Quando a polícia lhe ligou a dizer que tinham "provas" de que Eugene matara a sua mãe, Laureen lembra-se de dizer "não, não...". Não se acreditava que a sua paixão da escola pudesse ser capaz de algo tão violento.
Vizinho denunciou Eugene
Uma porta-voz da polícia, Shiera Goff, afirmou que na altura feita uma denúncia sobre Eugene Gligor por "um dos seus vizinhos” e o caso arquivado já incluía “essa denúncia, uma entrevista com o informante e seu histórico criminal e relatórios de incidentes que mencionavam o seu nome”.
Eugene não foi interrogado depois do crime, de acordo com a polícia, que não informou a família quando recebeu a denúncia. No entanto, o pai de Laureen insistiu com as autoridades, mais do que uma vez, para falarem com ele, já que sempre o achou suspeito.
Carl “Sandy” Preer chegou a ser suspeito do crime, mas Laureen sempre teve a certeza da inocência do pai, que morreu em 2017 de choque séptico. A filha acredita que, na verdade, ele morreu de desgosto, com saudades da mulher.
No funeral de Leslie, estiveram presentes vários amigos e membros da família de Laureen, mas Eugene não marcou presença. Pouco tempo depois, encontrou o ex-namorado num bar e contou-lhe que a mãe tinha morrido. Ele apenas respondeu "lamento".
Voltaram a cruzar-se ao longo dos anos, dado que tinham amigos em comum, mas não voltaram a falar de Leslie. Há três anos, o irmão de Eugene mandou uma mensagem a Laureen a contar-lhe que estava com medo que ele o magoasse, mas a jovem não respondeu.
Sangue de Eugene na cena do crime
As autoridades informaram que, em setembro de 2022, analisaram sangue da cena do crime com uma ferramenta inovadora que tem ajudado os investigadores nos últimos anos. A vítima tinha restos de ADN debaixo das unhas, o que significa que se tentou defender do agressor. No entanto, na altura do crime, não conseguiram encontrar uma correspondência.
Em junho deste ano, os detetives seguiram Eugene, agora com 44 anos, até um aeroporto, e recolheram o ADN do suspeito a partir de uma garrafa que ele tinha usado. "A análise resultou numa correspondência positiva". Depois de obterem um mandado de prisão, as autoridades detiveram Eugene em Washington a 18 de junho.
Depois de 23 anos a insistir com as autoridades locais, a pedir a Deus, e a imaginar-se a falar com a mãe enquanto dormia, Laureen pode finalmente vir a ter o desfecho do crime que a assombrou desde adolescente. Agora, já com 46 anos, anda com uma pistola e spray de pimenta na carteira, para tentar proteger-se de ataques como o que matou a sua mãe.