Robert Morris, pastor do Texas e antigo conselheiro espiritual de Donald Trump, confessou ter abusado sexualmente de uma criança de 12 anos quando tinha "20 e poucos anos". A vítima não chegou a tomar medidas legais por o prazo ter "expirado".
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Morris, para além de ter aconselhado o ex-presidente dos EUA, fundou a "mega-igreja" Gateway, no Texas. Foi agora acusado de abusar sexualmente de uma criança de 12 anos, na década de 1980, até a menina fazer 16 anos.
O jornal religioso "Christian Post" publicou a acusação dos abusos, confirmados depois pelo pastor evangélico.
"Quando tinha 20 e poucos anos, envolvi-me num comportamento sexual inapropriado com uma senhora jovem numa casa onde estava hospedado", admitiu Morris em declarações ao "Christian Post".
A vítima revela estar "chocada" com o uso da expressão "senhora jovem", dado que na altura tinha 12 anos. Morris nunca foi acusado criminalmente porque a vítima, quando decidiu tomar medidas legais, foi informada de que teria "provavelmente expirado" o prazo para um processo criminal.
Segundo avança o jornal britânico "The Guardian", as igrejas ministradas por Morris sabiam dos abusos. "Em março de 1987, esta situação foi trazida a público, confessada e arrependida", conta Morris ao jornal religioso.
"Eu submeti-me aos Anciãos da Igreja de Shady Grove e ao pai da jovem. Eles pediram-me que me afastasse do ministério e recebesse aconselhamento", continua, explicando que foi isso que fez durante dois anos e que, desde então, "tem andado em pureza e responsabilidade".
A Gateway, em declarações à agência noticiosa local, salienta que o "assunto de 35 anos" está resolvido.
Morris "tem sido aberto e franco sobre uma falha moral que teve há mais de 35 anos, quando tinha 20 e poucos anos e antes de começar a igreja Gateway. Partilhou publicamente, a partir do púlpito, os passos bíblicos adequados que deu no seu longo processo de restauração", relata. "Desde a resolução do assunto de 35 anos, não houve outras falhas morais", conclui.
Morris vai continuar a ser o principal orador da igreja e o seu filho, James Morris, irá assumir as funções de pastor sénior no próximo ano.
A vítima dos abusos conta que, embora tenha perdoado o pastor pelo crime, não concorda com o seu regresso à igreja.
Conselheiro espiritual de Trump
Morris foi nomeado conselheiro espiritual de Trump na sua campanha presidencial de 2016. De acordo com o ex-presidente dos EUA, o pastor é uma "pessoa fantásticas (..) com uma grande reputação".