Pelo menos 26 pessoas deram entrada no Hospital Central da Beira (HCB), vítimas de apedrejamento e inalação de gás lacrimogéneo, lançado pela polícia para dispersar multidão do MDM, disse este sábado à Lusa fonte médica.
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Orlando Jamal, responsável pelo banco de socorro e porta-voz da HCB, não confirmou a existência de mortes e assegurou haver uma tendência para aumentarem as vítimas do incidente que opôs a polícia, população e partidários do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
"Estão a dar entrada a cada minuto pessoas vítimas de apedrejamento e inalação de gás. Ainda não deram entrada corpos, mas ouvimos que ocorreram vítimas mortais no incidente", precisou Orlando Jamal, que descreveu como "estável" o estado dos feridos.
"Apenas duas senhoras estão em estado grave com ferimentos na cabeça e lábios" disse à Lusa Orlando Jamal, assegurando que as três crianças que deram entrada naquela unidade sanitária tiveram um "tratamento ambulatório".
A Polícia antimotim lançou hoje gás lacrimogéneo contra uma multidão do MDM, concentrada para o comício de Daviz Simango, presidente do partido e autarca da Beira, no bairro da Munhava, Sofala, centro de Moçambique.
Em resposta a ofensiva policial uma "multidão enfurecida" invadiu a sede local da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e incendiou a viatura que transportava o secretário-geral, Filipe Paunde, que apoiava na região a candidatura do seu partido, disseram à Lusa diversos populares.
"A Polícia ficou depois sem balas, quando a população avançou contra o contingente e incendiou a viatura na sede do partido. A viatura protocolar do Daviz Simango ainda está neste momento no local do incidente", descreveu um jornalista local.