O líder do Livre, Rui Tavares, declarou este sábado que a ambição do partido é alcançar cada vez mais e que, atualmente, é a de querer "morder as canelas ao Chega e ultrapassá-las".
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"A nossa ambição é morder as canelas ao chega e a ultrapassá-las. Nós queremos ver-vos pelo retrovisor. Estamos atrás de vocês e não perdem pela demora. Pode não ser amanhã. Mas cada vez mais os portugueses que rejeitam o ódio, que rejeitam a ofensa, que rejeitam a vossa incompetência, que rejeitam a vossa bandalheira, têm um partido em que vêem o seu representante, a sua voz, vêem como a única alternativa, vêem aquele partido que consegue dar a volta a isto", garantiu Rui Tavares, no 16.º congresso do Livre.
No Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, Rui Tavares fechou o congresso afirmando que cada vez mais portugueses acreditam que o Livre "consegue dar a volta a isto" e querem que seja "o terceiro maior partido de Portugal".
"Com pouco dinheiro, com pouca atenção, debaixo dos radares, com os comentadores a ignorarem, a verdade é que o Livre lá vai crescendo. E há uns tempos achavam ridículo que tivéssemos como proposta ser o quarto maior partido em Portugal e estar à frente da Iniciativa Liberal e já há sondagens que o demonstram", afirmou.
Foto: RICARDO CASTELO/LUSA
À pergunta "mantêm essa ambição?", Rui Tavares responde: "Não, não mantemos a ambição daquilo que já estamos a realizar".
Num congresso de olhar posto nas eleições autárquicas de outubro, Tavares disse aos candidatos presentes que os quer "famintos de liberdade, sequiosos de mudança e vorazes de progresso", mas pediu respeito perante todas as pessoas "por mais aberrantes que sejam as suas ideias".
Rui Tavares não nega Belém
Rui Tavares confessou que não tem vontade de ser o candidato do partido às Presidenciais de janeiro, ressalvando que não se pode pôr "completamente fora" da corrida.
"Eu não quero ser candidato presidencial. Mas não posso dizer, como ninguém com dois dedos de responsabilidade por este país pode dizer, 'ponho-me completamente fora e desta água não beberei', porque é impossível. Porque aí vocês fazem um título a dizer que é impossível. E se eu disser que não excluo a hipótese, vocês fazem um título a dizer que o Rui Tavares não exclui a hipótese", declarou, à margem do 16.º Congresso do Livre.
Foto: RICARDO CASTELO/LUSA
O líder do Livre considerou que o partido "tem sido responsável e tem esperado", acrescentando que os partidos "não têm de ter um candidato próprio" só para "picarem o ponto".
Questionado se isso significaria que o partido não apoiaria a candidatura da bloquista Catarina Martins, Rui Tavares deixou em aberto, mas disse que "eleições presidenciais não são tipo senhas por ordem de chegada para chegar à fila".
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"Não estou a falar da Catarina Martins em particular, mas há um mito que importa desfazer. Porque certas pessoas dizem 'cheguei primeiro e, portanto, confluam atrás de mim'", isso não é do interesse de uma candidatura", atirou, dizendo que o campo progressista em Portugal "tem dado tanta gente com valor a este país".
O partido disse "estar entusiasmado" e a "motivar pessoas" a avançar, sublinhando que é importante que haja um candidato empenhado em querer defender a Constituição da República.
Questionado por nomes, Rui Tavares não apontou só pessoas do partido. "Há muita gente. Há Elisa Ferreira, há Helena Roseta, há Marta Temido. Há tanta gente que está disponível para servir o país. Posso dizer outros nomes", especificou.
O líder do Livre reforçou que o partido ainda tem que fazer o debate interno e disse ser preciso haver uma vitória presidencial da esquerda.
"O apelo que nós fazemos é que se reflita bem sobre o momento crucial, o momento histórico em que estamos. E que os candidatos possíveis no campo progressista e democrático que ou reflitam, ou até que reabram a reflexão que já fizeram, porque as coisas estão sempre a mudar".