Pelo menos 47 pessoas podem ter morrido em tentativa de travessia de África para Canárias
Pelo menos 47 pessoas poderão ter morrido quando tentavam chegar a território europeu numa embarcação, que acabou socorrida ao largo da Mauritânia, com sete migrantes resgatados com vida, revelou um dirigente da Organizaçao Internacional das Migrações (OIM).
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Nicolas Hochart, da OIM, disse em telefonema com a AFP que a embarcação tinha partido "segundo toda a verosimilhança" da região de El Aiune, no Sara Ocidental, em 03 de agosto, com destino às Canárias, Espanha, mas teve uma avaria de motor e andou à deriva cerca de duas semanas, antes de ser detetada na segunda-feira pela guarda costeira mauritana, ao largo de Nouadhibou.
À partida, estavam 54 pessoas a bordo, entre os quais duas crianças com menos de três anos e uma adolescente, que estão desaparecidas, adiantou Hochart, com base nos testemunhos dos resgatados, recolhidos pela OIM. O grupo era composto por pessoas da África Ocidental, adiantou, sem mais detalhes.
"A viagem, se tudo correr bem, leva alguns dias, no máximo (...). A partir do momento em que o motor fica com problemas, ficaram sem reservas" de água e alimentos, sublinhou.
Este itinerário, da costa ocidental de África para as Canárias, porta de entrada na Europa, pelo Atlântico, é uma das vias privilegiadas usadas todos os anos pelos milhares de migrantes africanos, com recurso a embarcações frágeis.
O trajeto é muito perigoso. Cerca de 300 pessoas, pelo menos, morreram ou foram dadas como desaparecidas desde o início de 2021, nesta 'rota atlântica', disse Hochart.