
Forças Armadas dos EUA realizaram esta semana o seu 20.º ataque letal contra uma embarcação
Foto: Pete Hegseth/X
O secretário da Guerra norte-americano, Pete Hegseth, anunciou uma nova operação militar, denominada "Lança do Sul", para combater "narcoterroristas" no Hemisfério Ocidental.
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Numa publicação nas redes sociais, na noite de quinta-feira, Pete Hegseth afirmou que a missão será liderada pela Força-Tarefa Conjunta Lança do Sul e pelo Comando Sul dos Estados Unidos (Southcom). O objetivo é defender a "Pátria, remover os narcoterroristas do nosso Hemisfério e proteger a nossa Pátria das drogas que estão a matar o nosso povo", adiantou. "O Hemisfério Ocidental é a vizinhança da América - e nós vamos protegê-lo", afirmou Hegseth.
O anúncio surge pouco depois de Pete Hegseth, o chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, e outros altos dirigentes militares terem informado o presidente Donald Trump na quarta-feira, na Casa Branca, sobre opções militares para a região, incluindo possíveis ataques terrestres contra a Venezuela, segundo o jornal online "The Hill".
As Forças Armadas dos EUA realizaram esta semana o seu 20.º ataque letal contra uma embarcação alegadamente envolvida no tráfico de droga, matando quatro "narcoterroristas" no Mar das Caraíbas.
Os Estados Unidos iniciaram a 1 de setembro os seus ataques a alegadas embarcações de tráfico de droga que transitavam pelo mar das Caraíbas e pelo oceano Pacífico, tendo desde então matado 75 pessoas.
A ONU, com os Governos da Venezuela e da Colômbia, condenaram estas práticas, classificando-as como execuções extrajudiciais, e indicaram que as vítimas são sobretudo pescadores.
Em Caracas, há receio de uma possível intervenção militar dos Estados Unidos, uma hipótese também aventada por Bogotá, maior produtor de cocaína do mundo.
Washington tem também vindo a concentrar meios militares na região, onde chegou nos últimos dias o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford.
Esse destacamento aéreo e naval, ordenado pelo presidente Donald Trump sob o argumento de combate ao tráfico de droga, e que é o maior dos Estados Unidos desde a guerra do Golfo de 1990-1991, é encarado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, como uma tentativa de retirá-lo do poder.
A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pelo chavismo, aprovou esta semana uma lei para defender o país do destacamento militar dos Estados Unidos no mar das Caraíbas.
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, afirmou que o país latino-americano mobilizou 200 mil soldados para enfrentar a "ameaça" representada pelos Estados Unidos na região.
Padrino indicou que o presidente Nicolás Maduro ordenou um aumento da prontidão das forças de segurança e dos órgãos de segurança: "Estamos a otimizar as nossas capacidades diariamente. Realizamos manobras no terreno, (...) exercícios do Estado-Maior, exercícios de defesa costeira, exercícios de descentralização de recursos e de gestão de catástrofes".
