A polícia francesa retirou, esta quinta-feira, 1606 pessoas que viviam em dois campos de migrantes na periferia nordeste de Paris, uma operação que deve ser seguida por outras semelhantes na região nas próximas semanas.
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O número de pessoas retiradas destes dois campos foi divulgado pelo responsável da polícia de Paris, Didier Lallement.
Em declarações à imprensa, Didier Lallement reconheceu que se tratou de uma operação com uma extensão sem precedentes até agora em Paris.
Cerca de 600 polícias, além do pessoal dos serviços sociais, participaram do desmantelamento desses dois campos, localizados perto de Porte de la Chapelle, entre Paris e a cidade de Saint Denis.
Todos os migrantes foram levados de autocarro para centros de acolhimentos na região de Paris e, posteriormente, os seus casos serão tratados pessoalmente.
Segundo o ministro do Interior, Christophe Castaner, entre os migrantes estão pessoas que são requerentes de asilo, pessoas que receberam o estatuto de refugiado, mas também outras que tiveram o seu pedido negado e ainda há quem não tenha documentos.
Para este último grupo de pessoas sem documentação, Castaner disse em entrevista à rádio "France Info" que serão acionados os procedimentos para a sua expulsão de França.
Ainda existem outros campos naquela área do nordeste de Paris, especialmente em Porte d'Aubervilliers, nomeadamente aquele que é conhecido como "o monte do crack", onde vivem muitos toxicodependentes.
O ministro do Interior e Didier Lallement indicaram que também serão alvo de desmantelamento nas próximas semanas, quando os serviços médicos tiverem locais adequados para acomodá-los.
Segundo a rádio "France Info", a vice-autarca de Paris, Dominique Versini, encarregada receção e acompanhamento dos refugiados, declarou que cerca de 500 dos migrantes que viviam nesses dois campos deixaram o local antes da chegada da polícia.
Lallement insistiu que haverá rondas diárias da polícia nos locais onde os campos foram desmantelados para que outros não sejam recriados.