Um grupo de manifestantes tentou invadir o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, e foram reprimidos pela polícia que utilizou bombas de gás para dispersá-los, segundo imagens da televisão local. Há registo de confrontos em pelo menos cinco das 80 cidades que aderiram aos protestos.
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O edifício, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, é um dos mais importantes da capital brasileira.
Cerca de 30 mil manifestantes ocuparam a praça dos Três Poderes, onde se localizam as sedes do poder legislativo, executivo e judiciário brasileiros. Alguns deles entraram no espelho d'água em frente ao Congresso Nacional e à sede do Ministério de Relações Exteriores.
Pelo menos cinco cidades brasileiras registaram confrontos entre manifestantes e polícias durante os protestos realizados em mais de 80 municípios do país, entre elas Brasília e Rio de Janeiro.
No Rio de Janeiro, um grupo isolado de manifestantes ateou fogo num carro. Outras pessoas continuam a atirar pedras e tentam arrancar grades e tapumes de proteção na região próxima a uma casa de espetáculos conhecida como Terreirão do Samba.
Pelo menos 22 pessoas deram entradas no Hospital Souza Aguiar com sintomas de ferimentos provocados por balas de borracha e pedras, segundo informações da emissora de televisão "Globo".
Manifestantes lançaram uma bomba no acesso ao Hospital onde os feridos estavam a ser atendidos, gerando um foco de incêndio. O fogo foi controlado pelos bombeiros.
Em Belém, um grupo de cerca de 15 mil pessoas concentrou-se na sede do governo municipal, onde o prefeito Zenaldo Coutinho acabou por receber alguns manifestantes. Entretanto, houve tumultos quando o governante apareceu, e foram arremessadas pedras.
A guarda-civil recuou para dentro do prédio, e o prefeito retirou-se do local. A Polícia Militar foi acionada e agiu com bombas de efeito.
Em Campinas, no interior do estado de São Paulo, também houve confrontos com a polícia, quando manifestantes tentavam aproximar-se da sede do governo municipal. A Polícia Militar conseguiu impedir a invasão do local, com bombas de efeito.
Na capital do estado, a cidade de São Paulo, uma pessoa ficou ferida em confrontos entre manifestantes vinculados a partidos políticos e os que se dizem apartidários. Bandeiras foram queimadas.
À tarde, por volta das 17.30 horas (21.30 horas em Lisboa), houve confrontos em Salvador, na Baía, quando os participantes do protesto tentaram aproximar-se do estádio Arena Fonte Nova, onde haveria uma partida da Taça das Confederações.
As manifestações começaram no início de junho em São Paulo em protesto contra o aumento nos preços das passagens do transporte público.
Aos poucos, os protestos tomaram proporção nacional e na quarta-feira à noite as autoridades do Rio de Janeiro e de São Paulo anunciaram a revogação do aumento das tarifas.
Os protestos continuam hoje pedindo melhorias também nos setores de saúde e educação e exigindo o fim da corrupção.