O ministro do Interior da Sérvia afirmou esta quarta-feira que a polícia local desmantelou, na noite de terça-feira, em Novi Sad, uma rede de tráfico de armas para França e deteve dois cidadãos sérvios.
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"Prendemos, já ao fim da noite de terça-feira, dois cidadãos sérvios membros de uma grande rede de tráfico de armas para França", declarou Nebojsa Stefanovic, que não adiantou pormenores sobre a relação entre os detidos, a rede de traficantes e a França.
O anúncio surge após um responsável de uma fábrica de armamento sérvia ter declarado sexta-feira passada à agência noticiosa France Presse que algumas das armas utilizadas pelos autores dos atentados de 13 de novembro em Paris foram fabricadas na Sérvia.
No quadro de uma operação realizada terça-feira à noite no norte do país, a polícia aprendeu "várias metralhadoras, pouco mais de três quilogramas de explosivos, armas automáticas e uma grande quantidade de munições" a bordo de um veículo em que circulavam os dois detidos, explicou Stefanovic.
Num comunicado, a polícia sérvia acrescentou ao rol de apreensões dois detonadores e nove granadas de mão, precisando que foram confiscadas também três armas automáticas, duas metralhadoras, três quilogramas de explosivos e 160 balas de calibre 7,62 milímetros.
Nem o ministro nem a polícia divulgaram a identidade dos suspeitos ou pormenores sobre a investigação, que, segundo Stefanovic, decorre há vários meses.
Nos dias que se seguiram aos atentados de Paris, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI) e que causaram 130 mortos e mais de 350 feridos, a polícia francesa e a Interpol pediram ao Ministério do Interior sérvio para verificar os números de série de sete armas, explicou sexta-feira à France Presse o diretor da fábrica de armamento Zastava.
"Recebemos os números e confirmamos que todas (as armas) foram fabricadas em Zastava", pertencente ao Estado sérvio, afirmou então Milojko Brzakovic, especificando tratarem-se de metralhadoras do tipo "AK-47".
Desde o conflito dos anos 1990, os Balcãs são considerados uma placa giratória no tráfico de armas para a Europa ocidental.
Em fins de novembro, o diário alemão Bild indicou que quatro "AK-47" utilizadas nos atentados de Paris foram compradas através da Internet a um traficante de armas germânico, que já foi, entretanto, interpelado pela polícia local, sem que se conheçam mais pormenores.