A cidade de Manchester acordou da noite que ficou marcada pelo atentado terrorista que matou 22 pessoas, na segunda-feira.
Corpo do artigo
Dois portugueses, que vivem nas proximidades da Arena de Manchester, onde Ariana Grande atuou, explicam ao JN como está o ambiente na cidade.
Bruno Simões, natural de Queluz, trabalha na Universidade de Manchester, onde faz investigação na área do cancro da mama. Hoje foi trabalhar e explica que a cidade está a recuperar depois do choque.
8498699
" Apesar dos eventos dramáticos, as nossas vidas têm que continuar. Esta é a melhor forma de combatermos as novas formas deste terrorismo", explica.
"Esta é a melhor forma de combatermos as novas formas deste terrorismo"
O mesmo acontece com Hermenegildo Lamba, de Loures, que vive a apenas 15 minutos do local da tragédia. Apesar de saber que no centro da cidade os transportes públicos estiveram condicionados, revela que a cidade vai recuperar. "Não é a primeira vez que estamos nesta situação e as pessoas estão a tentar unir-se", revela.
Logo após o ataque, vários órgãos de comunicação social britânicos questionaram a segurança na Arena de Manchester e o controlo feito à entrada do concerto. Hermenegildo já trabalhou no local e explica que é normal não se aplicar um controlo muito forte nestas situações. "É normal que as pessoas não tenham sido revistadas.
"É normal que as pessoas não tenham sido revistadas"
Em Inglaterra há muita cautela quando envolve crianças. E, como este concerto tinha muitas crianças, é possível que as pessoas não tenham sido revistadas", conta ao JN.
Autoridades atentas à maratona no fim-de-semana e a possíveis ataques racistas
A polícia tem feito várias diligências nos subúrbios de Manchester. Mas é já no fim de semana que as autoridades estão a pensar. Bruno Simões é um dos participantes da Maratona agendada para domingo: "Vai juntar cerca de 40 mil pessoas e ainda não há confirmação de que venha a acontecer".
O Estado Islâmico reivindicou, esta terça-feira, a responsabilidade do ataque. Numa cidade com uma forte presença de muçulmanos, existe a preocupação em relação a possíveis ataques racistas.
8499912
Apesar de se tratar de uma "comunidade bem integrada na cidade", que "estuda nas universidades", Bruno lembra que após o Brexit, alguns muçulmanos foram atacados nos transportes públicos. "Quero acreditar que tudo vai correr da melhor forma", diz.
Por seu lado, Hermenegildo destaca a solidariedade que se fez sentir logo após o ataque. " Há pessoas que estão a tentar unir-se. Mesmo de outras cidades, estão dispostas a ajudar", revela.