"Posso ligar-te daqui a 20 minutos?". Trump, Macron e Zelensky trocaram números de telefone para simplificar diplomacia

Ao interromper uma entrevista para atender um telefonema do presidente francês, Emmanuel Macron, o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, abriu a janela para um novo mundo da diplomacia política. "Posso ligar-te daqui a 15, 20 minutos?", perguntou-lhe Zelensky, antes de voltar às questões dos jornalistas. 

Nessa altura, o presidente ucraniano confirmou que fala com Macron "uma vez por dia". A troca de números de telefone entre líderes mundiais é "uma nova diplomacia", mais direta e espontânea. "Permite um contacto mais frequente e rápido", referiu um assessor de Macron.

O presidente francês fala com Zelensky e Trump "quase todos os dias". O mesmo vale para o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Esta diplomacia telefónica aproxima, mas também afasta, neste caso as figuras que não têm um papel tão decisivo na geopolítica mundial. 

Antes, o contacto telefónico entre dois líderes era preparado com antecedência por assessores, acontecendo sempre na sua presença. Atualmente, os telefonemas são menos formais. Macron contou, por exemplo, que Trump lhe liga "diretamente", sem aviso, levando-o até a abandonar reuniões para uma conversa rápida.

Zelensky adotou esta nova forma de comunicação direta assim que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022. Inicialmente com o presidente polaco, Andrzej Duda, para discutir temas muito práticos, como "algumas questões logísticas e burocráticas na fronteira". Estes telefonemas serviram para "simplificar e acelerar tudo ao máximo", contou fonte próxima do chefe de Estado ucraniano.

Embora Trump tenha dado o seu contacto telefónico a Zelensky, o responsável de Kiev nunca lhe ligou. E nas duas últimas conversas com Putin, o presidente dos EUA utilizou os canais mais convencionais. No entanto, há muitos telefonemas entre ambos dos quais não há registo oficial.