Presidente colombiano compara Gaza com Auschwitz e é criticado por ministro israelita
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, comparou na segunda-feira a Faixa de Gaza com o campo de concentração Auschwitz na Segunda Guerra Mundial, o que a diplomacia israelita considerou "lamentável" e "uma falta de respeito" naquinta-feira.
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"Já estive no campo de concentração de Auschwitz e agora estou a vê-lo replicado em Gaza", escreveu Petro na rede social X, numa troca de argumentos com o embaixador israelita na Colômbia, Gali Dagan.
Na quinta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, Lior Haiat, disse, durante uma conferência de imprensa, que as declarações de Petro "são mensagens muito lamentáveis e demonstram, antes de tudo, uma falta de conhecimento, para não dizer ignorância, e uma falta de respeito, depois das atrocidades que temos visto".
Desde sábado que Petro tem publicado várias mensagens nas redes sociais sobre o conflito entre israelitas e palestinianos, que estão na raiz dos sangrentos ataques do Hamas.
"Nenhum democrata no mundo pode aceitar que Gaza seja convertida num campo de concentração. Os campos de concentração são proibidos pelo direito internacional e os que os desenvolvem transformam-se em criminosos de lesa-humanidade", escreveu Petro numa dessas mensagens.
Haiat acrescentou: "A comparação que o presidente da Colômbia fez, lamento dizê-lo, é uma comparação que não tem base, que é lamentável e, seguramente, não representa o povo colombiano".
Petro já disse que acompanha o conflito israelo-palestiniano desde jovem, o que o habilita, afirmou, a conhecer "a imensa injustiça que o povo palestiniano tem sofrido desde 1948", tal como a saber "a imensa injustiça que sofreu o povo judeu pelos nazis na Europa desde 1933".
Os dados oficiais de vítimas mortais do conflito desencadeado sábado pelo grupo islamita apontam para 1300 mortes em Israel e 1354 na Faixa de Gaza, indicaram fontes oficiais das duas partes na quinta-feira.