O chefe do governo regional da Galiza marcou para esta quinta-feira, às 9.30 horas locais (8.30 horas em Portugal continental), um conselho extraordinário sobre o descarrilamento de um comboio perto de Santiago de Compostela.
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O conselho extraordinário visa elaborar um plano sobre as medidas a levar a cabo face ao acidente, que causou, pelo menos, 78 mortos, disse à Lusa uma fonte do gabinete de comunicação da Junta da Galiza.
Para já, adiantou a mesma fonte, não é possível avançar com quaisquer dados, inclusive a nacionalidade das vítimas, já que as informações ainda estão a ser recolhidas, sendo apenas disponibilizadas às famílias dos passageiros.
O descarrilamento do comboio, que também provocou mais de 130 feridos, aconteceu cerca das 20.40 horas locais de quarta-feira, alegadamente devido a excesso de velocidade, sendo que os dois maquinistas sobreviveram ao acidente.
A polícia espanhola disponibilizou três especialistas, que já partiram para Santiago de Compostela, para colaborar na identificação dos cadáveres, e que se vão juntar a outros seis agentes para tornar a operação mais rápida.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, saiu às 9 horas locais de Torrejón de Ardoz para Santiago de Compostela, para tomar conhecimento das consequências do acidente ferroviário, avançou uma fonte do Governo em declarações à agência Efe.
Os cadáveres começaram, esta manhã de quinta-feira, a ser transportados para o Hospital Universitário de Santiago para que sejam realizadas as autópsias.
De acordo com uma notícia publicada, esta madrugada, no portal do diário espanhol "El País", o comboio, que fazia a ligação entre Madrid e Ferrol, descarrilou quando circulava alegadamente a 180 quilómetros por hora e se preparava para fazer uma curva, na qual não podia ir a mais de 80 quilómetros por hora.
"Trata-se de uma curva muito complicada, muito fechada, por isso, no local onde o comboio descarrilou, é proibido circular a mais de 80 quilómetros por hora, mas, segundo fontes da investigação, parece que o comboio superou os 180 quilómetros por hora", escreve o "El País".
Ao fazer a transição da linha de alta velocidade, onde circulava a mais de 200 quilómetros por hora, para a linha convencional, o Alvia não travou o suficiente e duplicou a velocidade permitida, o que terá feito com que, numa curva apertada, algumas carruagens descarrilassem.
O traçado onde foi registado o acidente foi inaugurado a 10 de dezembro de 2011.
Entre os mais de 200 passageiros do comboio, pelo menos 77 morreram e 143 ficaram feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades espanholas.
Este é o terceiro acidente mais grave da história ferroviária em Espanha e o primeiro com mortes a lamentar nas linhas de alta velocidade do país.