O presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchinov, exigiu, esta quinta-feira, à Rússia que retire as suas tropas da fronteira com a Ucrânia e termine as ingerências nos assuntos internos do país.
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"Exigimos que a Federação da Rússia termine as ingerências nos assuntos internos da Ucrânia, as contínuas ameaças e a chantagem, e que retire as suas tropas da fronteira oriental do nosso país", disse Turchinov numa mensagem ao país transmitida pelas televisões ucranianas.
O também presidente da Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia disse que "terroristas" se apoderaram de praticamente toda a região mineira de Donetsk, no sudeste do país, onde habita uma maioria de população russófona.
"Os criminosos armados tomaram edifícios administrativos, fizeram reféns, em particular entre jornalistas ucranianos e estrangeiros, torturaram e assassinaram patriotas da Ucrânia", sublinhou Turchinov.
Após explicar que o reinício, na quarta-feira, da "operação antiterrorista", suspensa durante a Páscoa, foi motivada por uma "ameaça real", o presidente ucraniano interino assegurou que as autoridades "não recuarão ante a ameaça terrorista e continuarão a tomar medidas para defender a vida dos cidadãos".
No entanto, e pouco antes destas declarações, o diário ucraniano Kyiv Post informava sobre a "suspensão temporária" da "operação antiterrorista" devido ao risco de invasão de tropas russas.
O governo de Kiev terá decidido rever os seus planos sobre o reinício da "operação antiterrorista" após os seus serviços de informações terem registado um importante aumento do risco de uma incursão de tropas russas em território ucraniano.
O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, anunciou o início de manobras militares na fronteira com a Ucrânia em resposta às ações do exército ucraniano contra os milicianos pró-russos na cidade de Slaviansk, 120 quilómetros a norte de Donetsk, com um balanço de cinco mortos, como já reconheceram os responsáveis ucranianos.
Militares ucranianos cercaram, esta quinta-feira, esta cidade rebelde de maioria russófona e com 120.000 habitantes, avançando com várias colunas de blindados até aos arredores.