O chefe de Estado angolano criticou, esta quinta-feira, a procura de "atalhos para chegar ao poder" em Angola, nomeadamente através da "desordem", à semelhança de revoluções em outros países africanos.
Corpo do artigo
"Não vale a pena procurarmos atalhos para chegar ao poder político, violando a Constituição e a lei, e provocando a desordem, como está a ocorrer em algumas países africanos", disse no parlamento em Luanda o vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, ao falar em nome de José Eduardo dos Santos no arranque do novo ano parlamentar.
José Eduardo dos Santos esteve ausente e não proferiu o habitual discurso do estado da nação devido a uma "indisposição", anunciada momentos antes da sessão solene.
A componente política do discurso era esperada face à possibilidade de referência à situação mediática dos 15 jovens ativistas - um deles, Luaty Beirão, está em greve de fome há 25 dias - detidos em Luanda desde junho por suspeita de estarem a preparar um golpe de Estado e um atentando contra o Presidente angolano, espalhando a desordem na capital, segundo a acusação já deduzida pelo Ministério Público.
"Há entidades estrangeiras interessadas em instalar o caos e a desordem em alguns países do nosso continente, para provocar a queda de partidos políticos ou de dirigentes com os quais não se simpatiza. Os angolanos nunca vão ceder diante de quem quer que seja, sempre que se tratar da defesa dos seus interesses essenciais e vitais. Assim, é fundamental que o nosso povo se mantenha unido e coeso", disse Manuel Vicente, ao ler o discurso de José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979.