A Rússia não exclui a aprovação de sanções contra o Irão, declarou hoje, sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo depois de um encontro do Presidente Dmitri Medvedev, com a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton no Kremlin.
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"As sanções são raramente eficazes, mas, por vezes, tornam-se inevitáveis e não excluo que esse seja o caso do Irão", disse Serguei Lavrov, citando a posição assumida por Medvedev no encontro com Hillary Clinton.
"Ao mesmo tempo, estamos convencidos de que as sanções devem ser inteligentes, não agressivas, que elas não devem exercer influência negativa na população iraniana, mas visar os que decidem se cooperar ou não com a comunidade internacional", acrescentou o ministro russo.
A Secretária de Estado norte-americana afirmou, por sua vez, que as negociações sobre a aprovação de sanções contra Teerão estão em curso.
"Recebemos um novo relatório da Agência Internacional de Energia Atómica e contamos chegar em breve a um entendimento", frisou Hillary Clinton.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou numerosas resoluções sancionando o Irão por este não renunciar ao enriquecimento de urânio. A recente decisão iraniana de enriquecer o seu urânio até 20 por cento provocou numerosas críticas no mundo e na Rússia.
A França e os Estados Unidos inclinam-se para a aplicação de novas sanções. No início de Março, Yukiya Amano, director-geral da AIEA, declarou que o Irão não coopera o suficiente com a Agência.
Quanto às relações bilaterais entre Rússia e Estados Unidos, Medvedev, ainda citado por Lavrov, considera que o seu "reinício" foi feito com êxito, caracterizando-as como "honestas, abertas e onde as partes cumprem os compromissos".
Hillary Clinton deverá encontrar-se ainda hoje com Vladimir Putin, primeiro ministro russo. Este encontro só foi acordado quinta feira e, segundo analistas russos, pretende mostrar que Putin continua a ser o político mais influente no país.