O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, criticou esta sexta-feira o veto dos Estados Unidos à entrada da Palestina como membro de pleno direito da ONU, mas esclareceu que "não esperava outra coisa" da administração Biden.
Corpo do artigo
Citado pelo jornal Daily Sabah, Erdogan afirmou, numa conferência de imprensa, que "o mundo inteiro apoiou a Palestina", mas "infelizmente, os Estados Unidos tomaram posição de Israel".
Os Estados Unidos vetaram na quinta-feira, no Conselho de Segurança, a resolução que abria a porta à entrada da Palestina como membro de pleno direito das Nações Unidas, da qual é atualmente apenas um Estado observador.
Um total de 12 países votaram a favor - incluindo a Rússia e a China - enquanto o Reino Unido, outro membro permanente, se absteve, tal como a Suíça.
Washington alega que a ONU não é o lugar para o reconhecimento de um Estado palestiniano, defendendo que isso deve decorrer de um acordo entre Israel e os palestinianos.
Também enfatizam que a legislação norte-americana exigiria que cortassem o seu financiamento à ONU no caso de adesão palestiniana fora de tal acordo bilateral.
O último veto à adesão de um Estado à ONU data de 1976, quando os norte-americanos bloquearam a entrada no Vietname.
Erdogan também criticou o alegado ataque de Israel ao Irão, na madrugada de hoje, como retaliação por Terrão ter enviado 'drones' e mísseis para Telavive no fim de semana passado.
"Israel diz uma coisa e o Irão outra, não ouvimos um único comentário razoável de nenhuma das partes", disse.
Anteriormente, as autoridades turcas tinham alertado para o perigo de um "conflito permanente" na região do Médio Oriente, garantido que Ancara está a acompanhar de perto a situação.
"A prioridade da comunidade internacional deve ser acabar com o massacre na Faixa de Gaza e alcançar uma paz duradoura na nossa região através da criação de um Estado palestiniano", sublinhou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado hoje divulgado.