Manifestantes entraram em confrontos com a polícia no estado norte- americano do Missouri, na noite de sexta-feira, após ter sido divulgado o relatório policial sobre a morte a tiro de um jovem negro no domingo passado. Michael Brown era suspeito de roubo, mas não terá sido isso a fazer o agente da polícia disparar.
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Segundo o relatório policial, divulgado na sexta-feira, o jovem era suspeito de estar a roubar cigarros minutos antes de ser abatido a tiro um agente da polícia.
Horas depois de ter tornado público o relatório, o chefe da polícia de Ferguson, Tom Jackson, explicou que o agente, Darren Wilson, de 28 nos, não sabia que Michael Brown, de 18, era suspeito de roubo, e que apenas o interpelou para que este saísse do meio da estrada para o passeio. "Ele estava a andar no meio da estrada, a bloquear o tráfego. Foi isso", disse Jackson.
A decisão do departamento de polícia, predominantemente branca, em divulgar o relatório sobre o roubo sem explicar detalhadamente o contexto em que aconteceu o tiroteio indignou a população de St. Louis, que voltou a sair à rua em protesto.
Segundo a emissora local KMOV, citando a polícia, alguns manifestantes começaram focos de incêndio, incluindo na loja onde terá ocorrido o roubo, e um polícia foi agredido com uma garrafa ou um tijolo.
A polícia divulgou um vídeo de segurança onde o jovem aparece dentro da loja, aparentemente a roubar. Para o advogado da família Brown, Anthony Gray, o roubo é apenas uma manobra de "distração" da polícia. O advogado defende que o essencial é saber porque é que o agente Wilson disparou sobre um jovem desarmado, que levantou os braços em sinal de rendição, como descreveram duas testemunhas.
Na sequência da onda de protestos que o caso está a gerar nos Estados Unidos da América, o presidente Barack Obama já pediu uma investigação independente ao Departamento de Justiça e ao FBI.