O PSOE considerou esta segunda-feira, através de vários dirigentes, que vai agir com responsabilidade, deixando que seja o PP "a tentar formar governo", mas alertou que votará contra a investidura de Mariano Rajoy.
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O "número dois" dos socialistas, o secretário de Organização e Ação Política do PSOE, César Luena, afirmou que o partido "vai ser prudente e responsável em todos os momentos", mas continuando a ser a principal "alternativa ao PP".
"É ao PP que compete tentar formar governo e o PSOE, como sempre, vai ser responsável", disse Luena, que se escusou a discutir possíveis combinações de partidos para acordos de governação.
Em primeiro lugar a responsabilidade cabe ao PP. "Depois logo veremos", ressalvou.
"O que temos bastante claro é que votaremos contra a investidura de Rajoy", sublinhou, no entanto, o dirigente do PSOE.
O PP, de Mariano Rajoy, venceu domingo, com 123 deputados, as eleições em Espanha, que ditaram o fim do bipartidarismo, mas sem a maioria para formar governo, o que obrigará a negociações.
Dois dos vitoriosos da noite eleitoral são os partidos emergentes, o Podemos, de Pablo Iglesias, à esquerda, com 69 deputados , e o Ciudadanos, de Alberto Rivera, com 40 deputados.
O outro partido histórico da democracia espanhola, o PSOE, de Pedro Sanchez, foi o segundo mais votado, mas com 90 deputados.
Com estes resultados, Mariano Rajoy precisararia do apoio ou abstenção do Ciudadanos e a abstenção do PSOE para evitar que todas as outras forças políticas bloqueassem a sua investidura como presidente.
Já o presidente de Castilla-La Mancha, o socialista Emiliano García-Page, afirmou que o PSOE não pode tentar "governar a qualquer preço".
"Não vamos procurar acordos complexos nem amálgamas de qualquer tipo; o que vamos tentar é que Rajoy tente formar Governo", disse García-Page à entrada para uma reunião de direção do PSOE, hoje em Madrid.
À entrada para a mesma reunião, o secretário de Política Federal do PSOE, Antonio Pradas, considerou muito difícil que o partido chegue a um acordo com o Podemos, uma vez que a formação de Pablo Iglesias está a favor de um referendo sobre a independência na Catalunha que colocaria em risco a unidade do país.
Do lado do PP, o vice-presidente Pablo Casado afirmou hoje que os "populares" "sabem chegar a acordos" e considerou que um acordo multipartidário à esquerda - "a quatro ou cinco partidos" - seria "mau para Espanha".
Outro dos vice-presidentes do PP, Javier Maroto, apelou "aos outros partidos com sentido de responsabilidade", entre eles o PSOE, para que facilitem a formação de um governo "popular".
O PP, disse, é a única alternativa frente "a uma amálgama de pactos que favoreceria o Podemos", uma formação que deseja "pôr tudo de pernas para o ar".