O governo da Nigéria nega que as mais de 200 raparigas sequestradas pelos radicais islâmicos Boko Haram permaneçam no bosque de Sambisa, base de operações do grupo, suspeitando que terão sido divididas em grupos distribuídos pelo país.
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"Não existem indícios que demonstrem que as nossas raparigas continuam no bosque. Também não existem indícios de que tenham sido retiradas do país", declarou o ministro da Informação, Labaran Maku, numa entrevista à televisão na segunda-feira e reproduzida, esta terça-feira, pelo diário local "The Punch".
Os esforços de busca do exército nigeriano, com apoio internacional, centraram-se no bosque de Sambisa, no estado de Borno (norte), para onde se suspeitava que as menores tinham sido levadas após o rapto a 14 de abril de uma escola de Chibok.
Não tendo sido encontradas quaisquer pistas que indiquem que as adolescentes podem estar naquela área, Labaran Maku assinalou existir a "possibilidade de que as raparigas tenham sido divididas por grupos e que se encontrem em várias zonas do país".
O ministro negou as informações que asseguram que as raparigas foram levadas para fora da Nigéria, reconheceu que é "difícil" lutar contra o Boko Haram e instou o governo federal a negociar com o grupo islâmico a libertação das adolescentes.
O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, ameaçou publicamente vender as estudantes e exigiu a libertação de membros do grupo em troca das raptadas.
Boko Haram significa "a educação não islâmica é pecado" em haussa, a língua mais falada no norte da Nigéria, o país mais populoso de África, com 160 milhões de habitantes.
Os fundamentalistas do Boko Haram pretendem criar um estado islâmico no norte da Nigéria, essencialmente muçulmano, ao contrário do sul, onde os cristãos estão em maioria.
Desde 2009, quando iniciaram a luta armada, são atribuídos aos radicais mais de três mil mortos.