O antigo chefe militar dos sérvios da Bósnia Ratko Mladic gozou com uma mulher que perdeu o filho, o marido e os irmãos no massacre de Srebrenica, ao fazer um gesto de corte da garganta, no início do julgamento desta quarta-feira, em Haia, na Holanda.
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Mladic, que está a ser julgado no Tribunal Penal Internacional por ter cometido algumas das piores atrocidades na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, entre elas o massacre de Srebrenica, ameaçou a mulher de morte com o gesto de degolação da garganta.
A ameaça aconteceu depois de Munira Subasic, que perdeu o filho de 18 anos, o marido e os irmãos no massacre de 1995, olhar para Mladic através da barreira de vidro e cruzar os punhos, simulando as algemas do antigo general.
O juiz Alphons Orie reagiu rapidamente e ordenou o fim de "interações impróprias".
"Pensei que iria ver, pelo menos, algum remorso nos seus olhos quando cheguei aqui", disse Munira Subasic. "Mas, em vez disso, vi a sua sede de sangue. Não sei como pode viver com o que fez, matou muita gente."
Detido a 26 de maio de 2011 na Sérvia, depois de ter estado a monte durante 16 anos, Ratko Mladic é acusado de crimes cometidos pelas tropas que comandava durante a guerra da Bósnia, da qual resultaram 100 mil mortos e 2,2 milhões de deslocados, entre 1992 e 1995.