O Presidente de Cuba, Raul Castro, afirmou na quarta feira "lamentar" a morte do preso político Orlando Zapata, cujo funeral decorre hoje com as autoridades cubanas a reforçarem as medidas de segurança.
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Um dia após a primeira morte de um preso político cubano desde 1972, Raul Castro exprimiu a sua "mágoa" num raro ato de contrição durante uma deslocação ao Porto de Mariel (ocidente), com o seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que, embaraçado, disse também "lamentar profundamente" esta morte.
Em Cuba "não há torturas, nem execuções. Isso acontece na base (norte-americana) de Guantanamo", disse o irmão e sucessor do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, em declarações à imprensa estrangeira, que estiveram durante algum tempo no "site" oficial Cubadebate.cu.
Orlando Zapata, um pedreiro de 42 anos, morreu na terça -feira num hospital de Havana, para onde tinha sido transferido de urgência, na semana passada, de Camaguey. Em Dezembro iniciou uma greve de fome para protestar contra as condições de detenção.
Três dezenas de dissidentes do leste do país, que tencionavam estar presentes no funeral de Zapata em Banes, a 840 quilómetros leste de Havana, foram detidos provisoriamente, disse à AFP a Comissão Cubana para os Direitos Humanos, uma organização ilegal mas tolerada pelo poder.
Polícias à civil e agentes de segurança foram destacados para Banes, junto da casa da mãe de Zapata, Reina Luisa Tamayo, e no cemitério, referiu por telefone a dissidente Berta Soler, cujas declarações não foi possível confirmar por outras fontes.
Numa declaração à CNN, Reina Luisa Tamayo acusou o governo de Raul Castro de ter cometido "um assassínio premeditado" relativamente ao filho, "vítima de maus tratos na prisão".
"Porque é que em vez de me dares os sentimentos, não respondeste aos pedidos do meu filho para que não tivéssemos chegado a este desastre fatal?", questionou Reina Tamayo referindo-se a Raul Castro.