Rebeldes sunitas estão a caminho de Bagdade, depois de se terem apoderado de extensas áreas do noroeste do Iraque. Estados Unidos admitem realizar ataques aéreos para deter a ofensiva extremista.
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O parlamento iraquiano reúne-se, esta quinta-feira, e, segundo fontes oficiais, deverá decretar, a pedido do governo do xiita Nuri al-Maliki, o estado de emergência no país.
Os combatentes do grupo radical islâmico do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL), ligado à al-Qaeda, ocuparam nos últimos dias as regiões de Siniyah e Suleimane-Bek, a província iraquiana de Ninive e parte de duas províncias vizinhas, Kirkuk e Salaheddine, incluindo a cidade de Tikrit, entretanto já retomada.
Face a esta ofensiva e à incapacidade do exército iraquiano para a conter, o Conselho de Segurança da ONU reúne-se à porta fechada a partir das 15.30 horas (16.30 horas em Portugal continental) e contará com uma intervenção do enviado especial da ONU no Iraque, Nickolay Mladenov, por vídeo-conferência.
Os combatentes islâmicos encontravam-se, esta manhã, a menos de 100 quilómetros de Bagdade, depois de terem tomado na noite anterior Dhuluiya, segundo um coronel da polícia e habitantes contactados por telefone pela agência noticiciosa France Presse.
Além dos territórios do norte, os combatentes do EIIL, considerado como um dos grupos "mais perigosos no mundo" pelos Estados Unidos da América, controlam já regiões da província ocidental de Al-Anbar, incluindo a cidade de Falluja desde janeiro.
Para deter a ofensiva islâmica, os Estados Unidos, que retiraram os seus militares do Iraque no final de 2011 e depois de oito anos, estão a considerar várias opções, mas excluem o envio de tropas terrestres.
A ajuda a Badgade poderá ser dada através de ataques realizados por "drones" (aviões não tripulados), segundo um responsável norte-americano.
O EIIL, que pretende a instauração de um Estado islâmico, conta com o apoio de tribos antigovernamentais e de grupos entre a minoria sunita que se considera marginalizada pelo poder xiita.