O Conselho Nacional de Transição rejeitou, esta quarta-feira, uma eventual intervenção dos capacetes azuis na ONU durante a fase de estabilização do país. Os revolucionários anunciaram, entretanto, que um dos filhos de Kadafi quer entregar-se e juntar-se aos rebeldes.
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As declarações do líder do Conselho Nacional de Transição (CNT) surgiram após uma reunião de Ian Martin com o enviado especial da Líbia junto das Nações unidas. Abdel Mustafa Jalil disse que o país não necessita de ajuda exterior para garantir a segurança dos cidadãos.
Face à posição dos novos dirigentes, Ian Martin explicou que a ONU terá um papel apenas de "carácter político", de ajuda no processo de transição que conduza o país à democracia.
A União Europeia anunciou, também ontem, que se prepara para levantar as sanções económicas a 30 empresas petrolíferas e portuárias líbias.
Entretanto, no terreno continuam os combates, com especial incidência junto a Sirte, onde Kadafi nasceu, Bani Walid e Hun, onde os aviões da NATO têm bombardeado alvos militares.
Os rebeldes deram até sábado para a cidade se render, mas o porta-voz do antigo regime, Moussa Ibrahim, disse à AFP que "nenhuma nação digna e honrada aceitaria um ultimato de um gangue armado".
Moussa Ibrahim lembrou que Kadafi continua disponível para enviar o filho Saadi para negociar com o CNT a formação de um Governo de transição, mas a versão posta a correr pelos rebeldes é diferente.
O chefe do Conselho Militar líbio, Abdelhakim Belhach, contou que Saadi Kadafi mostrou intenção de se entregar e de se juntar às forças revolucionárias.
"Não temos nenhum problema em que eles [rebeldes] estejam no poder. Os rebeldes são nossos irmãos", afirmou Saadi Kadafi, em entrevista à cadeia de televisão al-Arabiya, testemunhando uma divisão no clã Kadafi, após o apelo do seu irmão, Seif al-Islam, a "resistir aos 'ratos'".