O governo sírio denunciou, esta quarta-feira, a presença de "forças especiais" francesas e alemãs em duas zonas do norte da província de Alepo e qualificou-a de "violação da soberania".
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Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio disse à agência SANA que aquelas forças estão nas zonas de Kobane e Manbech.
A presença foi confirmada pela organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que referiu contudo tratar-se, no caso alemão, de assessores militares e não de forças especiais.
"A Síria condena esta flagrante intervenção, que corresponde a uma forte violação dos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas e a uma franca agressão à soberania e independência da Síria", afirmou a fonte.
Um porta-voz da aliança curdo-árabe Forças da Síria Democrática, Talal Salu, disse no fim de semana à agência EFE que peritos militares franceses estão a treinar e a aconselhar as forças curdo-árabes na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico.
O porta-voz não referiu a presença de militares alemães e afirmou que os franceses não participam em operações de combate, tendo como missão apenas ajudar "nas tarefas de planeamento e de estratégia".
A fonte governamental citada pela SANA frisou nas suas declarações que "a luta efetiva e legal contra o terrorismo requer a colaboração do governo legítimo da Síria".
Segundo o Observatório, em Alepo há assessores militares da Alemanha, França e Estados Unidos e forças especiais francesas e norte-americanas.
A ONG precisou que as forças especiais francesas estão a construir uma base perto da cidade de maioria curda de Kobane e a maioria dos assessores estão na zona da barragem de Teshrin, no rio Eufrates, e a sudeste de Manbech.
A aliança curdo-árabe tem em curso uma ofensiva contra os 'jihadistas' no norte da província de Raqa, principal bastião do Estado Islâmico na Síria.