O procurador especial norte-americano Robert Mueller concluiu, após quase dois anos de investigação, não existirem provas de acordo ou coordenação entre a equipa de campanha de Donald Trump e Moscovo nas eleições presidenciais de 2016.
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As conclusões do relatório, divulgadas este domingo pelo secretário da Justiça norte-americano, William Barr, constituem uma incontestável vitória para o presidente dos Estados Unidos, que há meses repetia não ter havido qualquer "conluio", e melhoram as suas perspetivas de uma reeleição em 2020.
"As investigações do procurador especial não determinaram que a equipa da campanha eleitoral de Trump ou qualquer pessoa a ela associada se tenha entendido ou coordenado com a Rússia nos seus esforços para influenciar a eleição presidencial norte-americana de 2016", indicou William Barr numa mensagem de correio eletrónico de quatro páginas enviada ao Congresso e tornada pública logo a seguir.
A Casa Branca considerou, nas palavras da sua porta-voz, Sarah Sanders, que, com este relatório, o presidente dos Estados Unidos fica "totalmente exonerado".
Donald Trump, que passou o fim de semana na Florida, no seu luxuoso clube de Mar-a-Lago, reagiu na rede social Twitter. "Não houve conluio, não houve obstrução, completa e total ilibação. Manter a América Grande", escreveu.
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"Honestamente, é uma vergonha que o vosso presidente tenha tido de submeter-se àquilo, que começou antes mesmo de eu ter sido eleito", declarou ainda, antes de deixar a Florida para Washington a bordo do avião presidencial Air Force One.
No entanto, quanto à outra questão central deste caso, uma eventual obstrução à justiça por parte do chefe de Estado norte-americano, Mueller não emitiu uma conclusão definitiva.
"Apesar de este relatório não concluir que o presidente cometeu um crime, também não o exonera", escreveu o procurador especial, citado pelo secretário da Justiça.
Mas Barr, primeiro destinatário do tão aguardado relatório da investigação, conclui, por sua vez, que o documento, que analisou desde sexta-feira, não menciona qualquer crime suscetível de desencadear procedimentos judiciais com base numa obstrução à justiça.