Robert Roberson, de 57 anos, condenado pela morte da filha bebé, foi salvo do corredor da morte 90 minutos antes da hora marcada para a execução, esta quinta-feira. Um juíz do Texas, EUA, travou a decisão para que o homem testemunhasse em tribunal na próxima semana.
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A medida surgiu depois de um grupo composto por vários especialistas, entre médicos e ativistas, ter pedido que Roberson fosse perdoado. Na base do apelo está o facto de o norte-americano ter sido sentenciado à pena capital por uma morte resultante da "síndrome do bebé abanado" - quando o bebé sofre lesões no cérebro ao ser sacudido de forma violenta. Os peritos forenses dizem que a menina terá morrido de causas naturais.
"No caso Robert não houve crime e, no entanto, estamos a ouvir que alguém vai ser morto no Texas por isso", afirmou aos jornalistas o autor republicano John Grisham, que integra o grupo de apelo contra a execução, apesar de ser defensor da pena de morte.
Os advogados de defesa de Robert Roberson alegam ainda que o facto de o arguido sofrer de autismo condicionou a forma como a Polícia e os profissionais de saúde que acompanharam o caso o descreveram, relatando ausência de emoções, ou de qualquer manifestação de arrependimento.
Entre os defensores do norte-americano está o inspetor que acompanhou o caso, em 2002. "Vou viver para sempre atormentado pelo papel que desempenhei neste caso e que levou um homem inocente ao corredor da morte", referiu Brian Wharton, citado pela agência de notícias France-Presse.
Roberson era uma das duas pessoas que iam ser executadas esta quinta-feira, no Texas, juntamente com Derrick Dearman, condenado por matar, em 2016, cinco pessoas com um machado e uma arma, relata a BBC.
Filha de Roberson morreu em 2002
Nikky, morreu em 2002, quando tinha dois anos. A defesa do norte-americano reitera que a criança terá caído da cama, num dia em que estava febril, apesar de a acusação defender que terá sofrido abusos, ao ter sido abanada de forma violenta, que lhe causaram a morte.
Os documentos do tribunal, citados pela BBC, revelam que Roberson reparou que a filha não estava a respirar e levou-a até um serviço de urgência, onde o óbito viria a ser declarado. Os advogados dizem que a menina morreu devido a complicações relacionadas com a pneumonia e que tomava na altura medicação que já não é comercializada e que, em casos extremos, pode causar a morte.
Roberson foi detido no dia seguinte e acusado de homicídio, depois de a autópsia determinar que Nikky tinha sofrido um traumatismo na cabeça, que lhe causou a morte.