Um assassino arrependido garantiu publicamente que viu o atual Presidente das Filipinas ordenar a morte e executar pessoalmente criminosos e opositores, quando era autarca de Davao.
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Edgar Matobato, assassino arrependido, afirma que testemunhou como Rodrigo Duterte ordenou a morte de criminosos e opositores quando era presidente da câmara da cidade de Davao, no sul das Filipnas.
No âmbito de um inquérito levado a cabo pelo Senado, que investiga a morte de mais de três mil suspeitos de consumo e tráfico de droga, Matobato admitiu ter morto mais de 50 pessoas enquanto trabalhava para o "Esquadrão da morte de Davao", incluindo um homem que, em 2007, foi lançado vivo aos crocodilos. "O nosso trabalho era matar criminosos, violadores, traficantes e ladrões".
Matobato, hoje com 57 anos, contou ainda que, em 1993, o "Esquadrão da morte" entrou num confronto verbal com um agente do Departamento Nacional de Inquérito e que foi o próprio Duterte que o matou. No mesmo ano, após o bombardeamento de uma catedral católica, Edgar Matobato diz que lhe foi ordenado atacar uma mesquita.
Entre 1988 e 2013, o "Esquadrão da morte" matou mais de mil pessoas, garante o assassino. Uma das vítimas foi um hoteleiro bilionário da província de Cebu, assassinado em 2014 por ter uma disputa com o filho do presidente. Jun Pala, comentador radiofónico e crítico de Duterte, foi outra das vítimas.
A senadora Leila de Lima, que conduz o inquérito, afirma que Matobato entregou-se à Comissão filipina sobre os direitos humanos em 2009, entrando para o programa de proteção de testemunhas, mas saiu quando Rodrigo Duterte se tornou Presidente.
O chefe de estado filipino acusou a senadora de estar envolvida em tráfico de drogas, conta o jornal britânico "The Guardian", mas Leila de Lima negou as declarações.
O porta-voz presidencial Marin Andanar veio já a público negar as acusações de Edgar Matobato. "Não acho que ele seja capaz de dar uma ordem como esta. A Comissão de Direitos Humanos já investigou a questão há muito tempo e não fez nenhuma acusação".
O filho de Duterte também reagiu dizendo que as declarações são apenas "boatos" contados por um "louco".